Estudo

Apenas 43% dos doentes com Esclerose Múltipla consegue manter uma atividade profissional

No estudo realizado a 535 pessoas com Esclerose Múltipla em Portugal, na sua maioria mulheres (67%), 92% da amostra encontrava-se ainda em idade de trabalhar, sendo que destes, 43% encontravam-se a exercer funções profissionais e a maioria a tempo inteiro (40%). Relativamente aos sintomas, estes surgem, em média, aos 30 anos e o diagnóstico é dado, em média, aos 36 anos.

Estes são dados nacionais que fazem parte de um estudo europeu que pretende analisar os Custos e Carga da Esclerose Múltipla e vão ser apresentados pela Prof.ª Maria José Sá, médica neurologista responsável pela Consulta de Esclerose Múltipla no Serviço de Neurologia do Hospital S. João, durante o 4º Congresso Internacional de Esclerose Múltipla, que se realiza no Porto, entre os dias 09 e 11 de março. De forma global, a análise revela que os gastos com a doença aumentaram e que quanto mais elevado for o nível da Escala Expandida do Estado de Incapacidade1 (EDSS) do doente com Esclerose Múltipla (EM), menor a sua qualidade de vida e utilidade.

A EM significa para a maioria dos doentes, independentemente do nível de EDSS, sentir fadiga (98%) e dificuldades cognitivas (74%), sintomas que têm um impacto negativo sobre a utilidade. O EDSS médio foi calculado em 3,8.

Quanto aos custos totais, o maior contributo vem das terapias de modificação da doença (79%) e em seguida, das pensões por doença/ invalidez permanente.

As análises deste estudo foram realizadas por gravidade da doença e os custos foram relatados segundo uma perspetiva societária, ajustado pela paridade do poder de compra2 (PPP), em 2015. Globalmente, os custos médios foram de 22.800 € PPP em EM ligeira; 37.100 € PPP em EM moderada e 57.500 € PPP em EM grave.

Ao longo do Congresso, cujo tema central é a EM, vai também realizar-se, no dia 10, uma mesa redonda com o propósito de debater o tema da EM no mundo, que conta com a participação de oradores vindos do Líbano, Austrália Japão, Argentina e Alemanha. Segue-se a conferência de Jorge Santos Silva, consultor na McKinsey and Company onde trabalha a área da Produtos Médicos e Farmacêuticos, que vem falar sobre os assuntos emergentes da EM, sob o tema “EM – O Futuro é Agora”.

Na última manhã, a 11 de março, temas como terapias do futuro e o envolvimento digital dos doentes também vão ser abordados e ao final da manhã entregam-se os Prémios “EM do Porto”.

Segundo a Presidente do Congresso, a Prof.ª Maria José Sá, “O Congresso Internacional de EM conquistou o seu lugar, devido à alta qualidade dos oradores, à abordagem dos tópicos mais recentes e ao seu formato prático que permite uma maior proximidade entre todos os participantes. Este ano, o Congresso conta com a participação de alguns dos melhores especialistas do mundo nesta área, sendo, por isso, um evento a não perder.”

Fonte: 
Float
Nota: 
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