Portugueses criam

Primeiro teste clínico para avaliar o controlo da asma

Em Portugal 160 mil crianças sofrem de asma e mais de 400 mil de rinite alérgica. Um grupo de especialistas portugueses, liderado por João Fonseca, coordenador das Unidades de Imunoalergologia do hospital CUF Porto e instituto CUF Porto, criou o “CARATkids”, o primeiro questionário clínico que avalia, com precisão, o estado da asma e da rinite alérgica em crianças dos 6 aos 12 anos, e a eficácia dos tratamentos a que essas crianças estão sujeitas.

Após ser testado com sucesso em 11 hospitais nacionais, o “CARATkids” está já a ser utilizado por médicos de todo o país e também em hospitais holandeses.

De acordo com João Fonseca, “o CARATkids é um questionário simples que avalia o controlo - estado clínico - da doença alérgica das vias aéreas (asma e rinite) em crianças dos 6 aos 12 anos. São 13 questões, em que oito questões são respondidas pela criança, e cinco pelos pais”.

Este questionário permite, de forma simples e muito rápida, que o médico afira o grau de controlo da asma e rinite. João Fonseca explica que o objectivo “não é o diagnóstico da doença, mas sim perceber em que ponto estamos a conseguir atingir os objectivos do tratamento”.

Para o imunoalergologista, a grande inovação do “CARATkids” consiste em “ter um número que nos indica, com precisão, como está a evoluir a doença, se a medicação está realmente a funcionar ou se há risco de vir a ter uma agudização da doença”.

O CARATkids já foi testado com sucesso em 11 hospitais nacionais. Os resultados de validação, recentemente publicados numa revista científica da área, indicaram que é um teste com elevada sensibilidade e especificidade para a detecção de situações de não controlo da asma e rinite.

Agora, este teste vai ser aplicado em todos os locais em que seja útil conhecer o estado clínico de uma criança com diagnóstico de asma e rinite. “Pode ser antes de uma consulta de Imunoalergologia, ou com o médico de família ou pediatra. Mas também será importante a sua utilização em rastreios, ou mesmo em casa entre consultas médicas”, acrescenta João Fonseca.

O coordenador do projecto explica que foi já ministrada formação em dezenas de unidades de saúde, quer hospitalares, quer no âmbito dos cuidados primários para a utilização do teste. Além desta formação, o “CARATkids” já foi, também, distribuído a muitas centenas de médicos.

“Sabemos que está a ser utilizado com regularidade por muitos médicos mas o desafio é que passe a ser um teste de rotina na prática clínica, o que é sempre extremamente difícil. Por isso mesmo, já nos próximos dias, estará disponível para impressão no site caratnetwork.org”, remata.

Fonte: 
Diário Digital
Nota: 
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