Estudo indica:

Injecções de anti-retrovirais protegem macacos do HIV por várias semanas

Ensaio clínico com 175 pessoas está previsto para começar no final deste ano, depois de injecções de anti-retrovirais protegerem macacos do HIV por várias semanas.

As injecções de anti-retrovirais contra o vírus que causa a SIDA protegeram macacos durante várias semanas após a infecção, uma conquista que abre caminho para prevenir a doença em seres humanos, de acordo com dois estudos americanos agora divulgados.

Os estudos, realizados por duas equipas diferentes de virologistas, revelaram uma protecção completa nos animais que receberam uma injecção mensal de anti-retrovirais.

Testes clínicos realizados nos últimos anos têm demonstrado que ingerir pequenas doses diárias de medicamentos anti-retrovirais podem reduzir em mais de 90% o risco de infecção por um parceiro sexual HIV-positivo, uma abordagem chamada profilaxia pré-exposição, de acordo com cientistas, que apresentaram os trabalhos na conferência anual sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), em Boston, nos Estados Unidos

Porém, alguns desses testes tiveram uma taxa de sucesso significativamente menor, porque um grande número de participantes não tomaram a dose de anti-retrovirais diariamente. Assim, uma injecção trimestral ou mensal poderia resolver este problema, sugerem as novas investigações.

 

Estudo

Em um dos dois estudos realizados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, os cientistas deram uma injecção mensal de um anti-retroviral experimental de longa acção chamado GSK744 a seis macacos.

Em seguida, duas vezes por semana, introduziram na vagina das fêmeas um líquido contendo o vírus da imunodeficiência, para simular relações sexuais com um macho infectado. Nenhuma das fêmeas tratadas com GSK744 foram infectadas, mas seis de um grupo de controlo tratadas com placebo apresentaram a doença rapidamente.

Os cientistas do segundo estudo, do Centro de Pesquisa sobre a Sida Aaron Research da Universidade Rockefeller, em Nova Iorque, testaram o mesmo medicamento em 15 macacos, desta vez expondo-os ao risco de infecção anal.

Os resultados foram semelhantes: nenhum dos animais tratados foram infectados, mas todos aqueles que receberam placebo sim. Um primeiro ensaio clínico com 175 pessoas está previsto para começar no final deste ano nos Estados Unidos, Brasil, África do Sul e Malawi, com a mesma terapia anti-retroviral, que já foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), a agência americana de alimentos e produtos farmacêuticos.

Fonte: 
Sapo Saúde
Nota: 
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