Governo

Hospital de “mau exemplo de planeamento” inaugurado

Grávidas já começaram a ser atendidas no Centro Materno-Infantil do Norte. Ex-secretário de Estado da Saúde critica actuais governantes.

O Centro Materno-infantil do Norte, uma unidade que o ministro da Saúde, Paulo Macedo, chegou a classificar como “um mau exemplo de planeamento”, vai ser inaugurado terça-feira, “sem que se tenham iniciado as obras de reabilitação do antigo edifício da Maternidade Júlio Dinis e do indispensável parque de estacionamento”.

A denúncia é feita pelo ex-secretário de estado da saúde, Manuel Pizarro, responsável pela construção do centro, que vai contar com 45 valências de atendimento direccionadas para a mulher e a criança. Enquanto governante, Manuel Pizarro desbloqueou a construção da obra, que custou mais de 50 milhões de euros e que levou mais de duas décadas a ganhar forma.

A nova unidade vai ser inaugurada pelo primeiro-ministro e pelo ministro da saúde “sem que no decurso de quase três anos de obra, o Governo tenha transferido um cêntimo para o Centro Hospitalar do Porto (Hospital de Santo António), causando graves problemas à gestão financeira desta unidade de saúde”, acusa. O também vereador da Câmara do Porto mostra-se satisfeito com a abertura da unidade, que “vai representar uma grande melhoria nas condições de atendimento das crianças e das mulheres do Porto e do Norte do país e, ao mesmo tempo, vai permitir optimizar os meios técnicos que já existem no centro hospitalar”.

Pizarro acusa “o governo de tentar fazer desta inauguração uma festa em pleno período de campanha eleitoral, quando fez tudo o que podia para atrasar ou até impedir o avanço da obra”. E puxa da ironia para criticar Paulo Macedo. O ex-secretário de estado declara que a “hostilidade do actual governo a esta obra foi de tal ordem que o próprio ministro da saúde chegou a classificá-la como um mau exemplo de planeamento". Perante isto, "é caso para dizer que em vésperas de eleições o senhor ministro não se inibe de vir inaugurar uma obra mal planeada”.

As primeiras grávidas já começaram a ser atendidas na nova unidade, que tem capacidade para realizar 4500 partos/ano. Até ao final deste mês abrem bloco de partos, serviço de neonatalogia e os internamentos de ginecologia e de obstetrícia, serviços que estão ainda a funcionar na Maternidade Júlio Dinis, a segunda maior país e que fica situada junto ao centro materno-infantil.

Mais atrasada está a transferência do serviço de Pediatria, que deverá ocorrer até finais de Junho. A administração da nova unidade de saúde materno-infantil garante que vai receber todas as mulheres e crianças de qualquer área de residência.

 

 

Fonte: 
Público Online
Nota: 
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