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Dermatite seborreica do couro cabeludo

Atualizado: 
19/07/2019 - 13:03
As doenças de pele representam 20% dos motivos de consulta nos Cuidados de Saúde Primários e 5% das causas de ida ao Serviço de Urgência. Estima-se ainda que, durante um período de um ano, 25 a 43% da população desenvolva um problema dermatológico.

As dermatoses que atingem o couro cabeludo estão entre as mais frequentes e são muitas vezes crónicas, causando impacto significativo na qualidade de vida do doente. O atraso no diagnóstico e a automedicação são ainda comuns, o que agrava as complicações das doenças nesta área anatómica.

O diagnóstico e correta orientação terapêutica destas dermatoses do couro cabeludo é, no entanto, difícil, uma vez que partilham as mesmas manifestações clı́nicas, como o prurido, vulgo comichão, e a descamação.

É assim necessário distinguir as principais doenças que dão estes sintomas e sinais, nomeadamente, a dermatite seborreica, eczema ou a psoríase do couro cabeludo.

Dermatite seborreica do couro cabeludo

A Pitirıasis Capitis ou Dermatite Seborreica do Couro Cabeludo, vulgo caspa, é uma das dermatoses mais frequentes nesta área na idade adulta e que leva à procura de tratamento.

As escamas que caracterizam a caspa podem ser secas ou oleosas ou surgirem como uma descamação fina, que facilmente cai sobre os ombros. Mais raramente podem desenvolver grandes placas com crostas no couro cabeludo, de difícil remoção. Outras áreas envolvidas são as sobrancelhas, pavilhões auriculares e regiões perinasais e pré-esternais que, para além da descamação, ficam também com eritema, cor vermelha persistente.

Apesar de muitas vezes se relacionar esta dermatose com questões higiénicas, Pitiríasis Capitis/ Dermatite Seborreica, vulgo caspa, é, na verdade, uma situação médica provocada   pelo crescimento excessivo de um fungo, que existe normalmente no couro cabeludo (mesmo nas pessoas que

não sofrem de caspa), Malassezia sp, ou por uma resposta imune anormal a este microrganismo.

Existem ainda outros mitos errados associados a estas dermatoses, como o de que se deve evitar lavagens frequentes do couro cabeludo.

A doença é mais frequente na pele com glândulas sebáceas maiores, como a cabeça e metade superior do tronco. Em doentes com problemas neurológicos, como a doença de Parkinson, ou em doentes imunodeprimidos, como os doentes transplantados, a doença é ainda mais severa.

Trata-se de um processo crónico e, habitualmente, ocorre em surtos recorrentes, associados a episódios de fadiga ou stress.

A Terapêutica Antifúngica

No entanto, os surtos desta doença de pele podem ser controlados através de um cuidado adequado do cabelo e recurso a terapêutica tópica ou local antifúngica.

O uso de corticoides locais também controla a inflamação mas, uma vez que podem causar efeitos secundários importantes, como atrofia da pele ou rosácea, só devem ser aplicados após observação médica.

Em casos mais graves e de difícil controlo, que são raros, pode ser necessária medicação oral antifúngica, mas esta só deve ser prescrita após avaliação por especialista.

Tratamento da caspa

O tratamento é assim feito, na maioria dos doentes, com a aplicação local de sabonetes, cremes, champôs ou loções capilares, com substâncias ativas como o cetoconazol, pitirionato de zinco ou sulfato de selénio.

A escolha do tipo de tratamento depende da área anatómica.

Os cremes são assim utilizados na face e as loções ou champôs em áreas com maior número de pelos, como o couro cabeludo e, nos homens, a área do peito.

Estes medicamentos devem ser utilizados com maior frequência, habitualmente diária, durante os surtos e, quando a doença estiver controlada, em esquemas de manutenção como, por exemplo uma aplicação semanal.

A aplicação do champô deverá ser efectuada duas vezes por semana.

Estes tratamentos controlam o crescimento do fungo, reduzem a comichão e descamação associada e melhoram assim a qualidade de vida das pessoas que têm esta doença.

Autor: 
Prof. João Borges da Costa | Especialista em Dermatologia e Venereologia
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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