Serviço Nacional de Saúde

Reumatologistas alertam que doentes estão a ser encaminhadas para consultas de autoimunes

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia denunciou que as doenças do foro reumatológico estão a ser encaminhadas para as consultas de doenças autoimunes, situação que classifica como grave.

Em comunicado, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) afirma que já alertou para esta situação numa carta enviada ao ministro da Saúde, denunciando um problema que considera grave, “não só do ponto de vista ético, mas também jurídico, no que respeita aos cuidados de saúde prestados nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

As doenças do foro reumatológico, por exemplo, estarão a ser encaminhadas para as chamadas “consultas de doenças autoimunes”.

“No contexto dessas consultas de doenças autoimunes são tratadas essencialmente patologias cujo acompanhamento deveria ser assegurado por médicos de outras especialidades”, prossegue o comunicado.

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia requer “uma atuação célere e eficaz para resolver um grave problema que assola o SNS e que prejudica, não apenas os médicos especialistas que veem as suas funções usurpadas por médicos de Medicina Interna, mas também, e principalmente, quem sofre de patologias autoimunes”.

De acordo com a Sociedade, “no contexto dessas consultas de doenças autoimunes são tratadas essencialmente patologias cujo acompanhamento deveria ser assegurado por médicos de outras especialidades”.

“Várias dessas patologias são do foro reumático, ainda que de etiologia autoimune, designadamente: artrite reumatoide, artrite idiopática juvenil, diversas espondilartropatias – como a espondilite anquilosante, a artrite psoriática e a artrite enteropática –, lúpus eritematoso sistémico, esclerose sistémica progressiva (esclerodermia), síndrome de Sjögren e doença de Behçet”, lê-se na carta enviada a Adalberto Campos Fernandes.

A SPR classifica de “imperativo” o fim das consultas de doenças autoimunes, “pelo menos tal como as mesmas são hoje configuradas em vários hospitais do Serviço Nacional de Saúde”.

“Tais consultas, sendo asseguradas exclusivamente por médicos especialistas em Medicina Interna, colocam em causa a lógica de diferenciação de saberes que subjaz à medicina contemporânea, comprometendo a saúde dos doentes e os seus direitos mais elementares”, prossegue a SPR.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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