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Imigrantes melhoram indicadores do Serviço Nacional de Saúde

A entrada de imigrantes melhora os indicadores da saúde em Portugal e não deve ser vista como pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde, defendeu hoje em Coimbra a diretora científica do Observatório das Migrações.

“Precisamos de reequilibrar a nossa estrutura demográfica”, disse Catarina Reis Oliveira, à margem da sua participação na Cimeira Intercalar do World Health Summit (WHS 2018), que termina ao final da tarde.

Os imigrantes, em geral, “vão ser mais cuidadores do que gastadores” e contribuir para reforçar a qualidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), melhorar a economia e ajudar a inverter a tendência do decréscimo da natalidade no país dos últimos anos.

“Portugal está num contexto demográfico muito frágil”, associado ao envelhecimento da população, “com mais saídas do que entradas” de cidadãos de nacionais ou estrangeiros residentes, devido à recente crise económica, disse a socióloga.

No entanto, num momento em que “o saldo migratório já não está tão negativo como estava”, após a intervenção da ‘troika’ internacional, em 2011, “esta nova pressão” do envelhecimento da sociedade sobre o SNS “precisa de ser reequilibrada”, o que acontecerá com a entrada de mais cidadãos de outros países, designadamente da União Europeia, maioritariamente jovens em idade fértil e com boa saúde.

“Termos maior esperança de vida não significa necessariamente que a esperança de saúde esteja a aumentar”, sublinhou Catarina Reis Oliveira, que interveio no encontro internacional WHS 2018, no Convento de São Francisco, em Coimbra.

No mesmo painel, subordinado ao tema “Migrantes e saúde”, participou a investigadora Natália Gomes, também do Observatório das Migrações.

Catarina Reis Oliveira disse ainda à Lusa que os profissionais de saúde que nos últimos anos vieram trabalhar para Portugal, ao abrigo de acordos com outros países, Cuba e Colômbia, por exemplo, “já estão a contribuir para melhorar” o SNS.

Citando dados do Ministério da Saúde, a especialista salientou que cerca de 1.500 médicos e enfermeiros estrangeiros estão atualmente a prestar serviço em Portugal.

Nove por cento dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde são imigrantes, num país cuja população inclui 4% de estrangeiros.

“Os imigrantes já estão a dar um contributo líquido muito positivo ao SNS”, acentuou Catarina Reis Oliveira.

Em 2016, radicaram-se em Portugal 16 mil pessoas oriundas de outros países, maioritariamente “jovens em idade ativa e fértil”, referiu.

Natália Gomes e a diretora científica do organismo, Catarina Reis Oliveira, são autoras do estudo “Saúde e migrações em números: o caso de Portugal”, tendo-lhes cabido fazer a sua pré-apresentação.

Na versão final, o estudo vai ser divulgado em Lisboa, no dia 18 de maio, no âmbito das comemorações do Dia Mundial dos Médicos de Família.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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