Presença de mercúrio

Edifício da Faculdade de Farmácia de Lisboa vai ser demolido

Pavilhão estava encerrado há um mês por motivos de segurança. Instituição tenta encontrar soluções para relocalizar laboratórios fechados.

O edifício da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa que está encerrado há um mês por motivos de segurança não voltará a abrir e vai ser, em breve, demolido, escreve o jornal Público. A decisão foi tomada na sequência dos últimos testes feitos no local, que detetaram a presença de mercúrio, não só no piso da cave, como em partículas suspensas no ar. Apesar dos resultados dos testes, a direção da instituição garante que não há registo de problemas de saúde entre alunos, professores ou funcionários.

Há cerca de um mês que o edifício E, um dos mais recentes do conjunto histórico que compõe a faculdade lisboeta, está encerrado. Naquele espaço funcionavam, por exemplo o laboratório de Tecnologia Farmacêutica e aulas de disciplinas como Tecnologia Farmacêutica e Farmácia Galénica. No final de Setembro, a cave do edifício onde se guardavam reagentes químicos inativos, solventes e outros produtos potencialmente tóxicos que são usados nas atividades da faculdade foi alvo de uma operação de limpeza. Nos dias seguintes, vários alunos, professores e investigadores apresentaram queixas de irritações na pele. Face ao perigo destes sintomas estarem associadas a intoxicações com produtos químicos, a direção da faculdade fechou provisoriamente o pavilhão.

O encerramento vai, porém, tornar-se definitivo, em função dos testes feitos entretanto. Logo após a decisão de fechar o edifício E, foram recolhidas amostras no chão da cave que revelaram a presença de mercúrio. Uma unidade militar especializada foi posteriormente chamada ao local para fazer uma raspagem integral do piso e foi feita uma descontaminação. Os dois procedimentos não foram, no entanto, suficiente. Novos testes feitos na última semana na Faculdade de Farmácia detetaram também a presença de partículas de mercúrio no ar.

Face à persistência da situação, a direção da faculdade decidiu que aquela infra-estrutura não voltara a abrir. “Era a decisão certa a tomar”, explica a diretora, Matilde Fonseca e Castro. A faculdade também já comunicou à reitoria da Universidade de Lisboa a intenção de proceder à demolição do edifício em causa. “O seu estado já era tão degradado, que acabou por tornar-se inevitável”, acrescenta a mesma responsável.

Apesar dos sintomas apresentados por alguns alunos, professores e funcionários, a faculdade garante que não há registos de problemas de saúde graves motivados por este caso. Todos os utilizadores do edifício E foram avaliados por um médico de medicina do trabalho nas últimas semanas e não apresentam sintomas de intoxicação. O caso mais grave era o de uma aluna que apresentou tonturas e vómitos, que podem estar associadas a um quadro de neuro toxicidade, mas que depois de um período de tratamento mostrou melhorias e já não inspira cuidados.

Desde que o edifício E foi encerrado provisoriamente que as aulas foram transferidas para outros edifícios da faculdade de farmácia e têm estado, desde então, a decorrer “normalmente”, assegura a presidente da faculdade. A prioridade agora e retirar do edifício em causa dos equipamentos laboratoriais que ainda ali permanecem e um local para que possam ser retomadas as atividades de investigação que têm estado suspensas.

Fonte: 
Público Online
Nota: 
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