Jornadas do Núcleo da Doença VIH da Sociedade de Medicina Interna

Cuidados primários fundamentais no acompanhamento dos doentes com VIH

O papel dos cuidados de saúde primários no tratamento e acompanhamento dos doentes infetados com VIH é o tema principal das XVI Jornadas do Núcleo da Doença VIH da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, que se realizam nos dias 26 e 27 de junho, no Hotel Santa Luzia, em Elvas.

“O enfoque dado aos cuidados de saúde primários (CSP) nas nossas jornadas prende-se com dois vetores principais: primeiro na área da prevenção e diagnóstico precoce da infeção por VIH, mas também na sua maior participação no seguimento partilhado dos doentes”, afirma Telo Faria, coordenador do Núcleo da Doença VIH e presidente destas jornadas.

De acordo com o Programa Nacional para a Infeção por VIH 2012-2016 e respetivos programas regionais, os CSP, juntamente com os Centros de Aconselhamento e Deteção do VIH (CAD) e as Divisões de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (DICAD) têm tido um papel fulcral na implementação e reorganização de uma rede de deteção precoce da infeção, com a realização de testes rápidos.

Relativamente ao seguimento dos doentes com VIH “é preciso ter em conta que esta doença tem características de cronicidade, como a diabetes mellitus e a hipertensão arterial. Sendo uma doença crónica com consequências a nível metabólico e comorbilidades que advêm do processo de envelhecimento dos doentes é fundamental que a sua gestão seja partilhada pela Medicina Interna e pela Medicina Geral e Familiar”, refere o presidente das Jornadas.

Em Portugal a infeção por VIH tem valores elevados, quer em termos de prevalência, quer de incidência. Na prevalência temos uma percentagem de 0,7 por cento (1 infetado por cada 140 pessoas), valor só ultrapassado na Europa pela Estónia e pela Letónia. Em termos de incidência, apesar de um decréscimo progressivo dos casos notificados de infeção por VIH e igualmente de Sida, é de realçar que a incidência é de 13,1 por 100 mil, o que constitui também o número mais elevado depois da Estónia e da Letónia.

Por outro lado, a percentagem de diagnósticos tardios chega a ser superior a 60 por cento, o que representa o dobro da média europeia. Por tudo isto, justifica-se a importância dada aos CSP na prevenção e diagnóstico precoce da infeção por VIH.

 

Fonte: 
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Nota: 
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