Em discussão nas Jornadas Atlântidas de Saúde

3 em cada dez portugueses sofrem de dor crónica

A dor é o principal motivo de consulta nos países desenvolvidos. Em Portugal estima-se que quase 40% dos portugueses adultos sofre de dor crónica. Um importante problema de saúde pública que representa uma despesa de mais de 4 mil milhões de euros por ano.

De acordo com a International Association for the Study of Pain “a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada com dano tecidular real ou potencial, ou descrita em termos de tal dano.

Ela serve de indicador quando algo não está bem, representando um sinal de alerta na prevenção de lesões orgânicas e, quando efetivamente ocorre lesão, no restabelecimento das funções normais do organismo.

O controlo da dor deve ser uma prioridade ao nível da continuidade de cuidados, transversal a todas as tipologias, sendo, igualmente, um fator decisivo para a indispensável humanização dos cuidados prestados. Para individualizar o tratamento da dor é importante classificá-la, com base na sua duração (aguda ou crónica), patogénese (nococeptiva, neuropática ou psicogénica), localização e causa.

Atualmente, o tratamento da dor crónica baseia-se essencialmente na intensidade da dor. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a utilização de medicamentos analgésicos em três degraus sequenciais, de acordo com a intensidade.

Esta escada analgésica da dor defende a utilização inicial de fármacos não opióides, seguindo-se os opióides fracos e os opióides fortes. No entanto, uma vez que a dor crónica é, na sua maioria, de natureza multifactorial (em que estão presentes componentes nociceptivas e neuropáticas), o controlo efetivo da dor requer que sejam tomados em consideração os seus mecanismos subjacentes permitindo um tratamento mais direcionado.

Sendo esta uma das principais causas de absentismo e incapacidade em Portugal, será um dos temas em destaque nas Jornadas Atlântidas de Saúde, que decorrem no já próximo sábado, dia 30, em Ponta Delgada.  

Esta é uma iniciativa, organizada pela MJGS em colaboração com a Menari Portugal, que junta várias especialidades e que assenta nos temas mais preponderantes na área da Saúde da Medicina Geral e Familiar, com o objectivo de contribuir para a atualização de conteúdos e conceitos.

Fonte: 
MJGS
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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