Especialista diz

Pílula ajuda na prevenção de tumores do ovário e cólon

A pílula ajuda na prevenção de certos tipos de cancro, como o do ovário e do cólon, ao contrário de mitos que atribuem à contracepção hormonal responsabilidade no cancro da mama, segundo a Sociedade Europeia de Contracepção.

O presidente da Sociedade Europeia de Contracepção, Johannes Bitzer, disse que os benefícios da contracepção hormonal oral vão além de evitar a gravidez, indicando como outras vantagens a prevenção do cancro do ovário, endométrio e cólon.

“Um dos mitos frequentes é de que a pílula pode levar a desenvolver cancro da mama. A contracepção hormonal não produz cancro. O que acontece é que quando ele existe, a pílula pode potenciá-lo”, disse Johannes Bitzer numa conferência de imprensa em Lisboa, onde pela primeira vez se realiza o Congresso Europeu da Contracepção.

Aliás, as recomendações entre os profissionais de saúde vão no sentido de que as doentes com cancro da mama não façam contracepção hormonal.

Quanto ao efeito preventivo em relação a outros tumores, Johannes Bitzer indicou que as estimativas apontam para que as mulheres que tomam a pílula tenham menos 40% de risco de desenvolver cancro do ovário.

Sobre outros mitos em torno da pílula, o especialista diz serem muito frequentes as afirmações ou crenças de que este anticoncepcional diminui a fertilidade.

“Isso não acontece e, na realidade, até pode haver um efeito contrário. A pílula pode, por exemplo, proteger no futuro contra gravidezes extra uterinas”, referiu Bitzer.

O aumento de peso e a diminuição do desejo sexual são outros mitos frequentes, mas sem qualquer evidência científica.

Sobre o futuro da contracepção, Johannes Bitzer indicou que estão a ser estudados métodos que não hormonais e que se dirigem a interromper o momento da fecundação.

Segundo explicou, o esperma e o óvulo precisam de proteínas para facilitar a sua reunião. O que está a ser estudado é a forma de produzir anti proteínas que bloqueiem a fecundação.

Ainda se desconhece se este método, que não deve estar disponível nos próximos dez anos, vai passar pela toma de comprimidos ou injecções e qual a duração do tratamento, mas Bitzer acredita que o futuro da contracepção vai passar por este anticoncepcional não hormonal.

 

Portuguesas que engravidam porque não têm dinheiro para a pílula

Há mulheres em Portugal que engravidam porque deixam de ter dinheiro para comprar a pílula e desconhecem que podem recebê-la gratuitamente nos centros de saúde, admitiu Teresa Bombas, que considera que o acesso aos métodos de contracepção em Portugal continua a estar garantido, indicando desconhecer casos de ruptura de stocks nas pílulas que deixem mulheres em contraceptivos por períodos prolongados.

Contudo, Teresa Bombas referiu que, nos últimos tempos, o acesso a contraceptivos pode não ser uniforme ao nível de todo o país. A responsável alertou ainda que há mulheres que deixaram de ter dinheiro para comprar a pílula e não sabem que a podem receber de forma gratuita nos centros de saúde.

São geralmente mulheres “fora do Serviço Nacional de Saúde”, que costumavam ser consultadas em serviços privados, e que não têm a correcta informação sobre a forma de aceder a anticoncepcionais.

Estes casos, que se verificam em mulheres de várias faixas etárias, ocorrem também em pessoas com nível de escolaridade ou de informação considerado aceitável ou bom.

Ao nível europeu, Teresa Bombas salientou que Portugal é “um dos países com legislação mais uniforme e mais aberta” e no qual “a acessibilidade aos métodos de contracepção está garantida”.

Segundo os dados mais recentes, cerca de 65% das mulheres portuguesas em idade fértil tomam a pílula.

 

Fonte: 
Diário Digital
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Foto: 
ShutterStock