Ambiente

Zero aponta baixa recolha de medicamentos usados e alerta que podem ir para esgotos

A associação ambientalista Zero lamentou a "fraca colaboração" das pessoas na entrega de medicamentos para reciclar, apontando que, no ano passado, só 17% do que foi comprado foi recolhido, e alerta que podem estar a ir parar à água.

"Apesar de se registar um aumento de 8% nos resíduos recolhidos, a maior parte dos portugueses não está a encaminhar corretamente os resíduos de embalagens e restos de medicamentos" que comprou mas deixou de usar, indica a Zero, que se baseou nos dados da sociedade Valormed, que gere os resíduos de medicamentos.

Ao mesmo tempo, a associação assinala que pelo menos um estudo feito na água recolhida no estuário do Tejo revelou a presença de "antibióticos, de anti-hipertensivos e anti-inflamatórios em mais de 90% das amostras".

A Zero afirma que não chega esperar que os cidadãos colaborem voluntariamente e ouçam as mensagens das campanhas de sensibilização e propõe medidas como uma tara sobre as embalagens para evitar que vão para o lixo.

Defende ainda que se estude uma campanha em 2019 "com um incentivo monetário" para encorajar a entrega dos medicamentos e alargar os pontos de recolha às 1.250 parafarmácias, que também vendem medicamentos não sujeitos a receita.

Quartéis de bombeiros, instituições de solidariedade e outros locais também deviam ter pontos de recolha, sugere a associação.

No ano passado, as farmacêuticas declararam 304 milhões de embalagens vendidas à Valormed, correspondente a 5.895 toneladas de resíduos, mas apenas 975 toneladas foram entregues nas farmácias, um aumento de 8% em relação a 2016.

Parte dos medicamentos que não são entregues estarão a contaminar águas, porque as pessoas os deitam fora nos esgotos, estima a Zero.

"Apesar de não haver qualquer evidência de que a presença de algumas substâncias ligadas ao uso de medicamentos (incluindo as de uso veterinário) nas águas subterrâneas e superficiais possa colocar em risco a saúde humana, existem estudos que constatam que estão a ocorrer impactes em diversas espécies dos meios aquáticos, nomeadamente em peixes", salienta.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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