América Latina

Vírus Zika está a ganhar terreno

O vírus zika já está presente em praticamente toda a América Latina e no Caribe, e a prioridade absoluta é fortalecer o combate ao mosquito do género ‘Aedes aegypti’, alerta um especialista da Organização Pan-americana de Saúde.

"O primeiro caso foi confirmado no Brasil em maio de 2015, e desde então já se propagou por todo o continente de forma muito rápida. Em outubro já estava na Colômbia e no Cone Sul, e depois na América Central", disse Sylvain Aldighieri, chefe do departamento de Doenças Transmissíveis da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS).

Os cinco casos confirmados de infeção pelo vírus no Haiti "mostram que o vetor de transmissão da doença já está presente também no Caribe", acrescentou. E há casos registados também na Martinica, escreve o Sapo.

Os especialistas da OPAS estimam que o vírus tenha chegado ao continente em algum momento de 2014, "possivelmente proveniente de ilhas do Pacífico", comentou Aldighieri.

Nesta terça-feira, a Bolívia confirmou um caso autóctone de zika, e na Colômbia já se registaram mais de 11.000 casos confirmados. Na sexta-feira, os Estados Unidos pediram às mulheres grávidas para evitarem viajar para 14 países da América Latina e Caribe.

Aedes aegypti na maior parte do continente americano
A rápida disseminação do vírus em toda a região, disse Aldighieri, é explicada principalmente pela presença do mosquito Aedes aegypti na maior parte do continente, com exceção do Canadá e partes do Chile continental.

"Este mosquito é claramente um génio da adaptação e encontrou um nicho perfeito no continente" para se desenvolver, disse o especialista. O mosquito é o vetor de transmissão do vírus da dengue, do Chikungunya e da febre amarela, e agora também distribui o zika.

"O risco é o mesmo para todos os países da região, porque o mosquito está presente em todos eles e, portanto, gera os mesmos desafios que a epidemia de dengue", explicou Aldighieri.

O especialista disse à AFP que a "prioridade absoluta é a luta contra o vetor. Isso inclui médicos bem preparados, enfermeiros bem treinados e grupos capacitados para identificar áreas onde o mosquito está presente".

No Brasil, mais de 3.500 casos de microcefalia foram registados entre outubro de 2015 e janeiro de 2016, no período de maior incidência do vírus zika.

A análise de quatro destes casos mostra que os bebés foram infetados com zika quando estavam no útero e que o vírus atingiu os seus cérebros. Dois destes casos terminaram em abortos espontâneos e os outros dois na morte dos bebés pouco depois do nascimento.

Fonte: 
Sapo
Nota: 
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