Projeto Ambulatório de Saúde Oral e Pública

Universidade Fernando Pessoa já efetuou mais de 153 mil rastreios de saúde gratuitos

O Projeto Ambulatório de Saúde Oral e Pública da Universidade Fernando Pessoa, do Porto, já efetuou cerca de 153 mil rastreios de saúde pública pelo país e está a celebrar este ano o seu 15º aniversário.

Este é um "projeto de solidariedade social e pedagógico", no qual os alunos finalistas da Universidade Fernando Pessoa (UFP), acompanhados por professores, "percorrem o país realizando rastreios ao nível do colesterol, da diabetes, da tensão arterial, da saúde oral e da osteoporose", disse o gestor do projeto, Jacinto Durães.

O Projeto Ambulatório de Saúde Oral e Pública (PASOP), que presta também serviços de saúde pública nas áreas da nutrição, da fisioterapia e da terapia da fala, vai introduzir nos rastreios, no próximo ano letivo, a valência de psicologia, indicou.

De acordo com Jacinto Durães, a atividade da clínica ambulatória móvel, equipada com o material necessário para fazer rastreios, realiza-se às terças e quintas-feiras, iniciando em outubro e finalizando em julho, o que cobre, dessa forma, os dois semestres letivos.

Para além dos rastreios que efetua nas ruas, o projeto tem protocolos com câmaras, escolas, juntas de freguesia, instituições de solidariedade social, lares, empresas e outras entidades, como a RunPorto, com à qual colabora aos fins de semana.

Os resultados obtidos pelo PASOP são encaminhados para instituições com as quais o projeto tem parceria, que fazem o tratamento e encaminhamento dessa informação, dando-lhes depois um 'feedback' sobre a situação dos pacientes com patologias diagnosticadas durante os rastreios.

Para Jacinto Durães, o que torna este projeto tão relevante, para além da forte vertente pedagógica, é a possibilidade de se realizarem diagnósticos precoces, o que considera "importantíssimo".

Como exemplo, o responsável recorda um caso que ocorreu antes do jogo da Dinamarca com a Holanda, em Guimarães, durante o Euro 2004 (outro dos eventos que o PASOP acompanhou), em que tiveram que encaminhar para o hospital um indivíduo que fez o rastreio e apresentou valores elevados ao nível da tensão, do colesterol e da glicemia.

"O senhor tinha a tensão arterial máxima nos 26 e a mínima nos 15, em termos absolutos, e o colesterol perto dos 350", relatou Jacinto Durães, acrescentando que, no hospital, foi verificado que o indivíduo estava perto de ter um acidente vascular cerebral (AVC).

Ainda hoje, "em todos os natais, o senhor envia uma mensagem a dizer que está vivo e que isso se deve a nós", referiu.

Outra situação "marcante" e que "mostra a importância do diagnóstico precoce" ocorreu com um indivíduo a quem foi efetuado um rastreio em Ramalde, no Porto, devido a uma afta que não cicatrizava, "verificando-se que se tratava de um carcinoma na língua", tendo o mesmo sido encaminhado para o IPO-Porto, contou o responsável.

Para comemorar o 15º aniversário do PASOP, será realizada na UFP, quinta-feira, a conferência "Saúde Pública: A Importância dos Rastreios", na qual estarão presentes o diretor geral da Saúde, Francisco George e o diretor da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), Pimenta Marinho.

Nas intervenções, que terão início às 14:30, participam ainda docentes da UFP, o diretor clínico do Hospital - Escola, Agostinho Monteiro, e o presidente do Concelho de Administração dos Hospitais do Tâmega e Vale do Sousa, Carlos Alberto Silva.

A sessão de encerramento fica a cargo de Jacinto Durães, gestor do PASOP, e do reitor da universidade, Salvato Trigo.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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