“Troika” ignorou por completo efeitos de políticas na saúde
"Nunca pensámos que haveria uma “troika” que ignorasse por completo" a necessidade de se perceber quais os "efeitos sobre a saúde" das medidas aplicadas em Portugal, apontou Constantino Sakellarides, que falava no debate "Proteger e promover o Capital Humano do Serviço Nacional de Saúde", na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.
Segundo o presidente da Fundação para a Saúde, o fator dos "efeitos na saúde" tem de entrar no momento de se aplicarem políticas, não sendo "compreensível", que esses mesmos efeitos não tenham "peso nenhum nas políticas europeias".
Durante o debate, que decorreu durante a tarde de ontem, foi apresentado um documento "preparatório" do próximo congresso da fundação, que vai ter lugar no Porto, em fevereiro de 2016.
Esse mesmo documento sublinha a importância do capital humano, considerando-o o principal ativo do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Para a fundação, tem-se assistido a uma política de "menosprezo do capital humano do SNS", sublinhando a saída "contínua" de profissionais de saúde "altamente diferenciados" do SNS para o setor privado.
Tal situação, "é reveladora do enorme descontentamento que urge resolver", lê-se no documento, que destaca a redução de quase 6.000 trabalhadores do Ministério da Saúde entre 2009 e 2013.