Tricotar para aliviar a dor
Muito para lá da necessidade de produzir peças em lã, o tricô tem-se tornado numa atividade de tempos livres bastante reconfortante.
A verdade é que vários estudos, realizados um pouco por todo o mundo, têm mostrado os inúmeros benefícios que esta atividade tem para a saúde.
Stress, ansiedade, depressão e dor crónica beneficiam, e muito, com o tricô.
A Clínica da Dor do Royal United Hospital, no Reino Unido, conduz, desde 2006, sessões de tricô como forma de terapia. A conclusão é que, esta atividade, tem resultado na diminuição da dor e da necessidade de recurso a medicação para a combater.
O psicólogo responsável por este trabalho, Mike Osborn, admite que tricotar consegue ajudar os pacientes como nenhuma outra técnica, ou tratamento.
Os estudos, que têm vindo a ser realizados nesta área, demonstram que quando uma pessoa está a criar algo, neste caso a tricotar, o organismo deixa de ter capacidade de monitorizar, simultaneamente, a forma como o corpo se sente.
Além disso, os movimentos repetitivos do tricô ativam o sistema nervoso parassimpático permitindo aliviar o stress.
Um inquérito realizado a 3500 praticantes regulares de tricô, publicado no British Journal of Occupational Therapy, revelou que quanto mais as pessoas tricotam mais calmas e felizes se sentiam.
Está provado que, quando fazemos algo que nos dá prazer, o organismo liberta uma substância designada dopamina. Os cientistas acreditam que esta substância existe para nos incentivar a repetir atividades que nos ajudam a sobreviver, como comer ou fazer sexo. Assim sendo, por si só a dopamina é um anti-depressivo natural.
Por outro lado, tricotar faz ativar diferentes circuitos cerebrais, protegendo o cérebro dos problemas normais do envelhecimento.
Atividades que promovam a sua estimulação intelectual são capazes de ajudar a prevenir a atrofia cerebral ou demência.
Por todos estes motivos, vale bem a pena tirar as agulhas do baú e dar asas à imaginação. E quanto mais complexo o padrão do tricô, mais o seu cérebro lhe agradece. Esta complexidade permite aumentar a elasticidade cerebral, dizem os entendidos.