Triagem telefónica nos Açores deu maior eficiência à linha de emergência médica
“Podemos dizer sem dúvidas que existe uma maior eficiência da triagem telefónica de Manchester, isto é, comparando o número de prioridades A, que diminuíram substancialmente e agora mantêm-se numa linha estável”, salientou o enfermeiro Nuno Santos, coordenador de enfermagem da linha de emergência médica, referindo-se aos dados disponíveis no primeiro semestre de 2013 e no primeiro semestre de 2014.
Nuno Santos falava aos jornalistas numa conferência de imprensa de apresentação dos serviços ligados à Linha de Emergência Médica, no Centro de Operações de Emergência do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), em Angra do Heroísmo, no primeiro de três dias abertos à comunicação social.
Segundo o enfermeiro, com a entrada em funcionamento da triagem telefónica de Manchester, diminuíram as “falsas prioridades A”, situações em que eram enviados meios para o local, que depois se comprovava serem desnecessários.
Ainda assim, metade das chamadas são categorizadas nas primeiras duas prioridades - que envolvem o envio de uma ambulância e, nos casos mais graves, de uma viatura de Suporte Imediato de Vida (SIV) - e 30% das chamadas estão inseridas na terceira prioridade, que também requer o envio de uma ambulância, com tempo máximo de resposta.
Em contrapartida, aumentaram as chamadas categorizadas na prioridade mais baixa, em que é disponibilizado apenas um aconselhamento ao utente.
O presidente do SRPCBA, José António Dias, disse que nenhum contacto fica sem resposta e alegou que o aumento das chamadas com “prioridade E” é a prova de que “cada vez mais a população dos Açores está a acreditar no trabalho que está a ser desenvolvido”.
A linha de emergência médica nos Açores prevê, nos casos menos urgentes, em que seja aconselhado um acompanhamento médico, que os enfermeiros marquem directamente consultas nos centros de saúde.
A medida, que já tinha sido anunciada pelo secretário regional da Saúde, em Dezembro do ano passado, ainda não entrou em funcionamento, mas, segundo o presidente do SRPCBA, deve ser iniciada “muito em breve, até ao final do ano garantidamente”.
“Estamos a desenvolver todos os esforços. Esse é o passo seguinte, que é a possibilidade de não haver a necessidade de deslocação ao centro de saúde. Ter a garantia de que em caso de necessidade haverá um enfermeiro que lhe vai marcar uma consulta no seu centro de saúde”, salientou.
José António Dias realçou ainda que o sistema informático utilizado pelo Centro de Operações de Emergência do SRPCBA faz a “geo-localização da chamada” e identifica qual o veículo disponível mais próximo, o que “tem vindo a diminuir os tempos de resposta”.
Nas situações com prioridade mais elevada, “o tempo máximo de resposta desde a entrada da chamada à chegada do meio a casa da pessoa” é de “no máximo oito minutos”, sublinhou o responsável pela Protecção Civil nos Açores.
Por dia chegam ao Centro de Operações de Emergência do SRPCBA, localizado em Angra do Heroísmo, 80 a 100 chamadas das nove ilhas dos Açores e anualmente são atendidos 25 mil pedidos.