Panorama da transplantação nacional em análise neste congresso

Transplante renal de dador vivo continua a ser deficitário em Portugal

O panorama da transplantação nacional vai estar em análise no XII Congresso Português de Transplantação que reúne especialistas portugueses, espanhóis e brasileiros.

O transplante renal de dador vivo continua a ser deficitário em Portugal e a necessitar de medidas que o facilitem e incentivem, defende Fernando Macário, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), que vai reunir especialistas portugueses, espanhóis e brasileiros naquele que é o XII Congresso Português de Transplantação, o XII Congresso Luso-Brasileiro de Transplantação e o I Encontro Ibérico de Transplantação de 9 a 11 de Outubro, no Hotel Sana Lisboa.

“Um dos pontos deficitários da transplantação em Portugal continua a ser o transplante renal de dador vivo sendo fundamental que se invista e aposte nesta área com medidas que facilitem este tipo de intervenção”, defende Fernando Macário, Presidente da SPT.

E há outros aspectos no panorama da transplantação nacional que precisam de ser corrigidos. “Existe alguma necessidade de reorganização da oferta em termos de unidades de transplantação com necessidade de revisão da rede de referenciação para transplantação. No caso da transplantação renal, deve haver melhor cooperação entre os Serviços de Nefrologia sem transplantação e as Unidades de Transplantação, especialmente no seguimento destes doentes”, frisa o especialista.

Relativamente aos transplantes pulmonares, um dos temas em destaque neste congresso, e fazendo um balanço da actividade nacional, José Fragata, cirurgião cardiotorácico e director do Programa de Transplantação Torácica afirma que “este ano ultrapassaremos os 20 transplantes, sendo as necessidades nacionais estimadas de cerca de 25 por ano. Estamos quase lá, temos que prosseguir o trabalho que tem vindo a ser feito, antes de nos abrirmos a receber doentes de outros países. De notar que estamos também limitados pelo número de dadores nacionais disponíveis”.

Os transplantes hepáticos pediátricos, as infecções por agentes multirresistentes e as novas terapêuticas imunossupressoras são outros dos temas em destaque, havendo ainda oportunidade para debater os transplantes renais, ósseos, cardíacos e de córnea.

A comparação das realidades da transplantação é também um dos objectivos deste congresso. Enquanto Espanha é líder mundial na realização de transplantes, em Portugal há 2 mil pessoas em lista de espera para receber um transplante renal e no Brasil o acesso ao transplante de órgãos sólidos tem sido limitado pela desproporção crescente entre o número de órgãos disponíveis e o número de doentes em lista de espera.

 

Fonte: 
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Nota: 
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