Programa nacional para o vih/Sida

Todos os doentes com vih vão ter acesso imediato a tratamento

Recomendação vai ser publicada em setembro. Medida é passo fundamental para eliminar a transmissão da doença mas vai ser preciso renegociar preços com as farmacêuticas.

Todos os doentes que forem diagnosticados com vih devem começar de imediato a receber tratamento, escreve o Diário de Notícias. A recomendação feita pelo programa nacional para o vih/Sida será publicada em setembro e colocará Portugal no grupo de países que mais cedo vão implementar a medida. O momento é histórico pois está provado cientificamente que esta medida traz benefícios para o doentes e reduz drasticamente o risco de infeção. O que a torna como o passo a seguir para a eliminação da cadeia de transmissão da infeção, objetivo estabelecido para Organização Mundial de Saúde e ONU Sida. Mas vai trazer um grande desafio: renegociar preços com a indústria farmacêutica. Em 2014 o tratamento para o vih custou aos hospitais do SNS 204 milhões de euros. Há 30 mil doentes registados nos hospitais.

"Quem receber o diagnóstico de infeção por vih deve começar logo a ser tratado. Estamos num ponto de viragem que só é comparável com a introdução terapêutica combinada. Estamos a ver o tratamento como uma forma de prevenção. A recomendação sairá em setembro e coloca-nos na linha dos países que mais cedo vão implementar a medida", diz ao DN António Diniz, diretor do programa nacional para a infeção vih/Sida. Atualmente a medicação é iniciada apenas quando a contagem de CD4 - células importantes para o nosso organismo se defender das doenças - está nos 500 ou a carga viral é muito grande.

A mudança, afirma o responsável, "é boa para os doentes e para os outros porque há uma diminuição das complicações associadas à infeção e outros que nada têm a ver com a doença e combate a infeção". E está na linha com os resultados dos estudos apresentados há duas semanas em Vancouver (Canadá), que resultaram numa declaração assinada por algumas das mais importantes associações internacionais. Portugal participou num deles, o Start, com 67 doentes seguindo em quatro hospitais nacionais. Olhar para a medicação como forma de prevenção passa também pela atribuição de tratamento pré-exposição ao vírus, em que se dá medicação a não infetados, ou de pós-exposição em que a pessoa toma medicação durante 28 dias.

Fonte: 
Diário de Notícias Online
Nota: 
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