No Brasil

Substância encontrada no veneno de cascavel pode curar estrabismo

Uma toxina encontrada no veneno da cascavel pode ser uma aliada no tratamento do estrabismo. Cientistas da Funed, ligada ao governo de Minas Gerais, no Brasil, descobriram que a crotoxina, encontrada nas cascavéis, tem uma ação semelhante à toxina botulínica, o popular Botox, usada hoje como único tratamento para o problema.

Quando uma pessoa tem estrabismo, tem um problema no equilíbrio e sincronia entre os músculos que prendem o globo ocular e são responsáveis pelo seu movimento. Atualmente, segundo o Diário Digital, o tratamento é feito apenas com a toxina botulínica ou através de intervenção cirúrgica.

Os investigadores descobriram que a crotoxina age como um bloqueador neuromuscular, o que causa uma paralisia transitória no músculo, fazendo com que este relaxe parcialmente. O efeito é importante para o tratamento da anomalia, pois ajuda a restaurar o equilíbrio dos músculos responsáveis pelo controlo dos movimentos do globo ocular.

A ação é semelhante à causada pelo Botox, e por isso, a equipa da Cientistas da Funed (Fundação Ezequiel Dias) acredita que a crotoxina pode ser uma alternativa para tratar o estrabismo, o que pode ser a solução para pessoas com resistência ao Botox, ou seja, que criaram anticorpos contra a substância.

Os investigadores afirmam ainda que os efeitos da crotoxina são mais duradouros que os da toxina botulínica, o que pode tornar as aplicações menos frequentes.

O objetivo dos cientistas é oferecer o tratamento alternativo de maneira gratuita, através do SUS (Sistema Único de Saúde), mas para isso procuram parcerias com outros órgãos e instituições privadas para que sejam feitos testes mais amplos em pessoas com o problema.

Fonte: 
Diário Digital
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Foto: 
ShutterStock