Olhe pela sua visão durante a gravidez

Sociedade Portuguesa de Oftalmologia alerta para maior vigilância durante gestação

Por ocasião do Dia da Mãe, que se assinala a 1 de Maio, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia lembra que todas as futuras mães devem ter particular atenção à sua saúde ocular pois as alterações do metabolismo geral, do perfil hormonal e da circulação que acontecem durante a gravidez podem afetar o normal funcionamento da visão e fazer surgir novas doenças oftalmológicas ou agravar doenças oculares pré existentes.

A Dra. Catarina Paiva, coordenadora do grupo português de Oftalmologia Pediátrica, explica que “durante os nove meses de gravidez, sintomas como a sensação de olho seco (diminuição da sensibilidade e aumento da espessura da córnea por edema e diminuição da pressão intraocular), alterações do campo visual e alterações transitórias na focagem, são comuns e felizmente a maioria destas alterações são transitórias e no fim da gravidez ou do período de amamentação tudo regressa ao normal”.

Estar atenta a alguns destes sintomas e manter uma vigilância mais ativa durante o período de gestação é importante. A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) relembra algumas das alterações visuais que podem ocorrer na gravidez:

1) Olho seco (devido as alterações hormonais): sensação de um corpo estranho e olho vermelho. Sintoma que se agravada em ambientes secos e após uma exposição ao computador, televisão ou tablet. Em pessoas portadoras de lentes de contacto, os sintomas podem estar mais exacerbados, sendo necessária a utilização regular de lágrimas artificiais.

2) Visão desfocada: devido ao aumento da espessura da córnea (edema) pela retenção de líquidos que ocorre durante a gestação, bem como alterações transitórias na focagem.

3) Alterações visuais associadas à Pré eclampsia: A pré- eclampsia caracteriza se por um aumento substancial da tensão arterial, situação que pode provocar lesões em inúmeros órgãos do organismo. A nível ocular pode manifestar-se desde visão desfocada, halos brilhantes, intolerância à luz, até à perda súbita de visão. Estas situações, tendo em consideração os riscos maternos e fetais associados, devem ser sempre avaliadas por um médico.

4) Gravidez e Diabetes: Durante a gravidez de uma doente diabética, pode surgir uma retinopatia diabética de novo ou haver agravamento da retinopatia pré-existente. Em alguns casos, esse agravamento é substancial, e se não for tratado convenientemente, poderá provocar danos visuais graves. Nestes casos, a Dra. Catarina Paiva recomenda, “a primeira observação deverá ser feita durante o primeiro trimestre e o intervalo de vigilância será ditado pelo médico assistente. Perante um bom controlo metabólico e na ausência de retinopatia, dever-se-á proceder a uma nova avaliação no terceiro trimestre, para deteção de lesões de novo. No entanto é importante identificar e tratar qualquer retinopatia pré-existente, pelo que se aconselha uma visita ao Oftalmologista mesmo antes de engravidar bem como uma otimização do controle glicémico pré- concecional.”

A maternidade é um período em que a mulher não pode ignorar a sua própria saúde, na qual se inclui a sua visão. Os cuidados e a prevenção devem começar antes do início da gravidez.

A SPO recomenda a todas as mulheres efetuar um “check-up ”completo antes de engravidar e a visita regular ao oftalmologista sobretudo a partir dos 40 anos, com uma periodicidade de dois em dois anos, para a prevenção e tratamento atempado da patologia ocular na mulher.

Fonte: 
Guesswhat
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock