Radioterapia associada ao risco

Sobreviventes de cancro infantil apresentam maior risco de desenvolver cancro da pele

Os sobreviventes de cancro infantil têm um risco 30 vezes maior do que a população em geral de desenvolver malignidades cutâneas comuns conhecidas como carcinoma basocelular, sugere um novo estudo holandês.

Em comparação com outros adultos, os sobreviventes de cancro infantil tiveram um risco duas vezes maior de contrair melanoma – o tipo mais agressivo e mortal de cancro de pele – e um risco sete vezes maior de desenvolver carcinoma de células escamosas, a segunda forma mais comum de cancro da pele.

De acordo com os investigadores envolvido neste estudo, o risco de cancro da pele foi maior para os sobreviventes de cancro infantil que foram tratados com radiação; tendo em conta quantidade de pele exposta a esta terapia.

 “O tratamento de radioterapia em casos de cancro infantil envolve a exposição à radiação ionizante que é capaz de causar danos no ADN das células”, disse Jop Teepen, investigador no Centro Princesa Maxima de Oncologia Pediátrica, na Holanda.

“Esta propriedade da radiação ionizante é essencial para matar as células cancerígenas, mas também pode causar danos no ADN dos tecidos circundantes que inevitavelmente também recebem algum nível de exposição à radiação durante a radioterapia. Um desses tecidos é, por exemplo, a pele”.

Cerca de 40 anos após terem sobrevivido a um cancro infantil, 19% dos pacientes tratados com radiação tinham um ou mais cancros da pele, quando comparados com o resto da população.

O estudo, publicado no Journal of the National Cancer Institute , analisou dados de 5 843 pessoas diagnosticadas com cancro em crianças, entre 1963 e 2001, que sobreviveram cinco anos, ou mais.

Durante o estudo, foram diagnosticados 1 061 casos de carcinoma basocelular, 27 de melanoma e 11 de carcinoma de células escamosas.

Cerca de 40%, do total de 2308 crianças, receberam radiação como parte do seu regime de tratamento.

Outros fatores, que não a radioterapia, associados ao maior risco de cancro da pele para os sobreviventes adultos incluíram a radioterapia craniana e o tratamento com um grupo de medicamentos quimioterápicos chamados alcaloides.

Fonte: 
Fundação Rui Osório de Castro
Nota: 
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