Sindicado revela:

Segundo dia de greve dos enfermeiros de Santarém com adesão de 65%

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses disse hoje que a adesão à greve dos enfermeiros do Hospital de Santarém foi de 65%, no turno da manhã, no segundo dia de uma paralisação que se vai prolongar até sexta-feira.

Helena Jorge, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), afirmou à Lusa que a adesão à greve “é hoje de 65%” dos enfermeiros, tendo destacado uma “adesão a 100%” nos serviços de medicina, cardiologia, urologia, psiquiatria, obstetrícia, ortopedia, urgência geral e especialidades cirúrgicas.

“O bloco operatório, o bloco de partos e as consultas externas estão a funcionar normalmente”, acrescentou a dirigente sindical.

Helena Jorge fez notar que os enfermeiros têm recebido o “apoio e solidariedade” da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), estrutura que se juntou ao SEP e aos profissionais de enfermagem numa recolha de assinaturas em defesa do Serviço Nacional de Saúde, uma acção que hoje principiou.

Segundo disse ainda aquela responsável, as comissões de utentes, enfermeiros e profissionais de saúde vão realizar na quinta-feira um “cordão humano” à entrada do Hospital de Santarém, para “alertar para os problemas vividos pelos profissionais e pelos utentes”.

“É uma denúncia pública das condições de trabalho dos enfermeiros e, consequentemente, das dificuldades que enfrentam para prestar os cuidados de saúde e de enfermagem que as populações têm direito”, vincou.

Os motivos para a realização da greve são o “incumprimento dos horários legais de trabalho, a exigência de uma rápida admissão de mais profissionais naquela unidade de saúde e o pagamento do trabalho extraordinário”, justificou a responsável.

Helena Jorge destacou ainda “a escassez e a redução do número de elementos por turno”, uma situação que, sublinhou, “dá origem a uma carga excessiva de trabalho” aos enfermeiros.

 

Presidente da Câmara de Santarém alerta Governo sobre falta de condições do hospital

O presidente da Câmara de Santarém enviou hoje uma carta ao Governo em que expõe a ausência de condições técnicas do bloco operatório do Hospital de Santarém.

No documento, a que a agência Lusa teve acesso, Ricardo Gonçalves (PSD) afirma que “o sistema de ventilação está completamente obsoleto” e refere a “existência recorrente de humidade na cobertura ou paredes do bloco operatório”, situações que “já levaram ao cancelamento de inúmeras cirurgias”.

Afirmando-se preocupado com a actual situação do bloco operatório e do bloco de partos, o autarca solicitou ao ministro da Saúde que “tome as medidas necessárias para resolver a situação”, ao mesmo tempo que recorda a existência de um projecto de requalificação e melhoramento das condições do edifício.

“Existe um projecto elaborado para obras de melhoramento no bloco operatório e bloco de partos, sendo que as mesmas não se iniciaram por inexistência da competente componente financeira”, destacou.

O presidente da Câmara de Santarém realçou ainda o facto do Hospital de Santarém “servir todo o distrito” e alertou para as consequências para a população de se encontrar encerrado o bloco operatório por falta de condições técnicas e de segurança.

Contactado pela agência Lusa, o Conselho de Administração do Hospital de Santarém recusou prestar esclarecimentos sobre o assunto.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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