Pedrógão Grande

Saúde do Centro mantém acompanhamento na área da saúde mental

A Administração Regional de Saúde do Centro continua a prestar apoio psicológico às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande e nesta quadra natalícia os profissionais decidiram não tirar férias para garantirem ajuda a quem precisa.

"A grande maioria das pessoas, felizmente, não precisa de ajuda. Há outras que sim. Vão precisando, por crises de ansiedade, depressão, e que nós temos estado a acompanhar, na medida do possível, e vamos continuar. Já estávamos antes [dos incêndios], estivemos durante e vamos continuar", disse António Pires Preto, Coordenador Regional para a Saúde Mental da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

O responsável, que também é diretor do Centro de Responsabilidade Integrado de Psiquiatria do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), realça nesta quadra de Natal o "profissionalismo exemplar" e a "capacidade física" dos profissionais que estão no terreno e que decidiram não tirar férias nesta altura, para apoiarem as pessoas, pois é provável que "se deprimam mais".

"Eles decidiram não tirar férias nesta altura e muitos deles tinham férias. É um orgulho ter profissionais assim", comenta.

António Pires Preto indica que o apoio na área da saúde mental vai continuar a ser dado às vítimas dos incêndios, "porque essas coisas não acabam no dia 30 seja lá de que mês for".

"Vai ter continuidade, vão aparecendo coisas, dependendo das fases em que vamos estando e nós vamos continuando atentos, vamos continuando a fazer aquilo que sempre fizemos e que penso que fizemos bem", disse.

Segundo o responsável, só pelos profissionais do Serviço de Psiquiatria do CHUC, nos últimos seis meses, em Pedrógão Grande (incêndio de junho) e na zona de Oliveira do Hospital (incêndio de outubro), foram feitas "acima das mil intervenções" no terreno.

Passados seis meses do incêndio de Pedrógão Grande, o Coordenador Regional para a Saúde Mental da ARSC admite que, em termos de capacidade de resposta, "há sempre alguma coisa para melhorar", mas reconhece que "as coisas correram bem" dentro do que deve ser feito nessas situações.

"Eu acho que fizemos aquilo tudo que é recomendado, que felizmente tem sido reconhecido por pessoas muito respeitadas em termos de saúde, em termos de saúde mental, que nos deixa de consciência tranquila", disse.

Explicou ainda que os serviços de saúde na região Centro, concretamente na zona de Coimbra, tiveram "uma vantagem em termos de saúde mental" porque existe uma política de proximidade.

"Isto é, os psiquiatras, os psicólogos, os enfermeiros de saúde mental, o serviço social, a trabalhar junto das populações e a estar perto das populações. E nós já estávamos na zona onde isso aconteceu. Já conhecíamos as pessoas, já tínhamos pessoas referenciadas que tinham mais problemas em termos psiquiátricos, em termos de saúde mental. Portanto, tivemos alguma vantagem nisso", esclareceu.

Quando a tragédia de Pedrógão Grande aconteceu, houve necessidade de reforçar as equipas nos mais variados sítios e António Pires Preto admite que houve uma colaboração "exemplar" entre as várias entidades.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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