Rede de cuidadores informais deve arrancar de forma estruturada

“Atribuímos aos cuidados informais uma grande importância. Cada vez mais, com o envelhecimento da população, é preciso criar condições para que os idosos e as pessoas com dependência fiquem em sua casa e possam ser apoiadas, naturalmente com o apoio dos serviços de saúde e do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, afirmou o ministro Adalberto Campos Fernandes.
Os cuidadores informais, a sua formação, capacitação e alargamento no país, fazem parte do Programa Nacional para a Saúde, Literacia e Autocuidados que foi apresentado pelo Governo, numa sessão pública em Lisboa.
“Julgamos haver condições no próximo ano de avançar para a definição do estatuto do cuidador informal e será muito bom para o conjunto de respostas de saúde”, estimou o ministro.
A ideia é criar no país uma rede de pessoas – em regime de voluntariado, a nível familiar ou comunitário – que estejam dispostas a dar o seu tempo para ajudar idosos ou dependentes no seu domicílio e assim “diminuir a pressão e recurso inapropriado aos hospitais por falta de apoio e isolamento”.
“Começaremos a agregar essa rede [no próximo ano]. Queremos dar capacidade de formação e este é um projeto a médio prazo”, afirmou Adalberto Campos Fernandes.
No âmbito do Programa Nacional para a Educação em Saúde serão ainda desenvolvidas aplicações de telemóvel para promover a vida ativa e prevenir as dependências nos jovens.
Entre os vários temas abrangidos por este programa, destaca-se a preparação e o apoio a prestadores informais em cuidados domiciliários, a prevenção da diabetes ou da obesidade e a promoção da saúde mental, do envelhecimento saudável e da utilização racional e segura do medicamento.
Por isso mesmo, a tutela propõe-se colocar no centro da primeira fase de desenvolvimento do projeto a “noção de ‘vida ativa’, física, intelectual e afetivamente".
Em concreto, entre 2016 e 2017, serão desenvolvidas campanhas, em diversos meios comunicacionais e promocionais, que explorem “todas as oportunidades para promover o conceito de ‘vida ativa’”.
O Programa Nacional para a Saúde, Literacia e Autocuidados tem como principal objetivo capacitar os cidadãos a tomar decisões informadas sobre a saúde, ciente de que existem em Portugal baixos níveis de literacia em saúde, segundo apontam alguns estudos.