Ordem dos Médicos

Quinze minutos de consulta é pouco nas atuais condições de trabalho

A Ordem dos Médicos considera que 15 minutos de consulta nos centros de saúde é um tempo “relativamente curto” nas atuais condições e circunstâncias de trabalho dos médicos de família.

O bastonário Miguel Guimarães admite que os tempos padrão de consulta a definir para a medicina geral e familiar sejam superiores a 15 minutos, podendo rondar os 20 minutos.

Contudo, o representante dos médicos ressalva que esta definição cabe ao colégio de especialidade de medicina geral e familiar, que, tal como os outros colégios da Ordem, está a definir os tempos de intervalo a que devem ser marcadas as consultas das várias especialidades.

Segundo um estudo internacional, as consultas nos centros de saúde portugueses duram em média 15 minutos, o que torna Portugal num dos 10 países que mais tempo disponibiliza nas consultas de medicina familiar.

Portugal surge com uma duração média de 15,9 minutos.

“Não sendo um tempo muito reduzido comparado com os outros, é um tempo que nas atuais circunstancias é relativamente curto para a função que os médicos de família têm de ter se cumprirem o que são os seus objetivos fundamentais”, afirmou o bastonário dos Médicos.

Miguel Guimarães frisa que as avaliações comparativas entre os vários países deviam ter em conta a diferença da forma como se fazem as consultas de medicina geral e familiar.

Há, por exemplo, países em que as consultas têm apoio efetivo de outros profissionais de saúde dentro da própria consulta.

O bastonário lembra ainda que em Portugal há “muito trabalho burocrático” que é feito pelos médicos, além de alertar para a complexidade dos sistemas informáticos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Melhorar a relação entre médicos e doentes é uma das principais bandeiras do bastonário dos Médicos, que já determinou que vão ser definidos tempos padrões de consultas, para que o intervalo de marcação entre as várias consultas seja mais adequado.

Cada colégio da especialidade vai definir os tempos que considera adequados e a Ordem espera ter esse trabalho pronto em janeiro do próximo ano, dentro de menos de três meses.

O bastonário Miguel Guimarães admite que os tempos padrão de consultas partem de uma base mínima de 15 minutos e que poderão vir a ser agrupados por três ou quatro tempos que integrem várias especialidades.

Psiquiatria, medicina interna e neurologia devem vir a ser as especialidades com tempos padrão mais alargados.

Atualmente, os hospitais marcam consultas de 15 em 15 ou de 10 em 10 minutos, mas o bastonário reconhece que há serviços e unidades que permitem marcar mais do que um doente para a mesma hora.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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