Investigação em saúde pública

Projetos portugueses recebem 12 milhões europeus

Um programa europeu de saúde pública vai financiar em 12 milhões de euros vários projetos de investigação portugueses nas áreas da nutrição, saúde mental, doenças transmissíveis e sistemas de informação, anunciou o Ministério da Saúde.

Trata-se de 26 projetos de investigação em quatro áreas consideradas prioritárias, cujos contratos de concessão já foram assinados, a serem apresentados hoje.

O “Programa Iniciativas de Saúde Pública – EEA Grants PT 06” é um mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu 2009/2014 que tem como doadores a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein, e financia projetos e iniciativas em 16 Estados Membros da União Europeia.

O objetivo deste programa é reduzir as desigualdades no acesso à saúde por parte dos cidadãos e reforçar as relações bilaterais entre as instituições dos vários países.

No âmbito da nutrição, vão ser apoiados dois projetos dirigidos a crianças, três dirigidos a idosos e dois dirigidos a grupos vulneráveis, com um financiamento total de mais de 2,6 milhões de euros.

Em suma, estes projetos visam, variando o grupo alvo, conhecer o seu estado nutricional, a prevalência dos problemas nutricionais, a promoção de uma alimentação saudável e barata e a capacitação dos profissionais de saúde para promover a saúde alimentar junto dos seus utentes.

Na área da saúde mental, os projetos visam desenvolver um modelo de gestão e financiamento dos prestadores de saúde para avaliar o desempenho do sistema nessa área, melhorar a saúde mental em situações de crise económica, um projeto-piloto para melhorar o tratamento de depressão e prevenção do suicídio, promover a saúde mental em crianças do pré-escolar, uma nova ferramenta para rastreio da depressão perinatal, melhorar o acesso aos cuidados de saúde mental por parte de filhos de pais com doença mental, capacitar os técnicos dos centros de saúde para tratar a depressão, e criar uma linha de cuidados em saúde mental junto da população juvenil, num total superior a 2,73 milhões de euros investidos.

No âmbito das doenças transmissíveis, propõe-se uma estratégia de triagem para diagnostico e tratamento da tuberculose, um inquérito serológico para conhecer a imunidade da população a doenças evitáveis por vacinação integrada no plano nacional de vacinação, reduzir e prevenir infeções associadas aos tratamentos, promover o diagnóstico precoce de doenças sexualmente transmissíveis através de rastreios realizados por ONG, estudar a prevalência de anticorpos contra hepatite E e riscos de infeção, e levantamento da infeção por estreptococos do grupo B para melhorar a saúde pública, tudo com um financiamento de mais de 1,6 milhões.

Na área dos sistemas de informação, pretende-se lançar um inquérito alimentar nacional e de atividade física, estudos piloto para melhorar os hábitos alimentares e o exercício físico através de aplicações tecnológicas, e um sistema de vigilância do estado nutricional dos idosos em lares, financiados por mais de 1,85 milhões de euros.

Já em desenvolvimento está um “projeto pré-definido”, que consiste num inquérito nacional de saúde que conjuga informação colhida por entrevista sobre o estado de saúde da população com uma componente objetiva de exame físico (medições e análises clínicas), com vista a estimar com rigor a prevalência de doenças e determinantes de saúde, tendo um custo financiado superior a 1,35 milhões de euros.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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