Presidente do IPO Lisboa pede esforço de 300 milhões de euros à indústria farmacêutica

São propostas que representam mais 900 milhões de euros para SNS já no próximo Orçamento do Estado. Uma delas está diretamente relacionada com os laboratórios. O presidente do IPO de Lisboa sugere que se reduza entre 10 a 20% o preço dos medicamentos. Para isso, escreve a TSF, o Governo deve pedir um esforço de 300 milhões de euros à indústria farmacêutica.
"Há muito tempo que se denota pela prática é que medidas eficazes de redução do preço dos medicamentos são medidas administrativas, quase impostas à indústria", frisa Francisco Ramos, fazendo notar que "se os poderes públicos tiverem a vontade suficiente, é possível que a indústria concorde em suportar este sacrifício para que de facto seja possível garantir nos próximos anos a sustentação do financiamento da inovação terapêutica".
Quanto aos contribuintes, diz Francisco Ramos, devem ser aliviados nas despesas em saúde oral, próteses oculares e auditivas. Mas, em contrapartida, devem também poder deduzir menos despesas de saúde no IRS. Francisco Ramos propõe uma descida dos atuais 15% para 5%.
Há ainda uma outra proposta: recorrer ao superavit da ADSE. "Parece difícil aceitar que exista no ministério um sistema que até gera superavites, a ADSE, com o SNS que tem tradicionalmente déficit. A proposta - não isenta de críticas, reconheço - é uma clara opção por reforçar o financiamento do Serviço Nacional de Saúde em detrimento dos saldos acumulados da ADSE", explica o presidente do IPO Lisboa.
Seria uma "medida conjuntural, enquanto esses saldos existissem", refere o antigo secretário de Estado, professor da Escola Nacional de Saúde Pública e presidente do IPO Lisboa.
As medidas para financiar o Serviço Nacional de Saúde foram apresentadas numa conferência do Conselho Económico e Social.