Plano Nacional de Saúde Revisão e Extensão a 2020

Portugueses devem ter mais qualidade de vida até aos 80

A Direção-Geral da Saúde quer que a esperança de vida saudável aos 65 anos aumente 30% até 2020. E defende que empresas e autarquias devem promover o envelhecimento ativo.

Em 2020, os homens com 65 anos devem ter a expectativa de viver até aos 78 de forma saudável, enquanto as mulheres devem poder chegar aos 77 sem problemas de saúde que lhes condicionem as atividades do dia-a-dia. Esta é uma das metas do Plano Nacional de Saúde: Revisão e Extensão a 2020, cujos indicadores foram agora atualizados, revelando uma desaceleração da melhoria do estado de saúde dos portugueses, que pode estar relacionada com a crise financeira.

Em 2004, os homens podiam esperar, em média, 5,1 e as mulheres 3,8 anos de vida saudável após os 65. Depois de anos com os homens com uma distância, em matéria de qualidade de vida depois dos 65, alargada em relação às mulheres, os últimos dados mostram que a diferença se reduziu: em 2013, eles tinham pela frente mais 9,6 anos saudáveis e elas 9,3. Enquanto no sexo masculino houve uma quebra de 2012 para 2013 (dos 9,9 para os 9,6), no sexo feminino há uma ligeira subida (de 9 para 9,3).

"Nota-se que há uma desaceleração da melhoria do estado de saúde em alguns indicadores, tais como a esperança de vida saudável aos 65 anos", diz Rui Portugal, diretor executivo do PNS, que respondeu ao Diário de Notícias em colaboração com Paulo Nogueira, diretor de serviços de informação e análise. Trata-se de uma "diminuição do ritmo de melhoria" que o responsável acredita poder estar relacionada com a crise. Por exemplo, "entre 2006 e 2010 há uma redução de 3,5 pontos percentuais na taxa de mortalidade prematura por doença cardiovascular e no período de 2010 a 2013 esse reduziu apenas 1,4 pontos percentuais".

Segundo o Plano Nacional de Saúde em Números 2015, em 2014 residiam em Portugal mais de dois milhões de pessoas com mais de 65 anos. Um dado curioso é o facto de as mulheres terem mais esperança de vida à nascença (83,21 anos) do que os homens (77,38), mas menos qualidade de vida na terceira idade. "Há claramente um problema de equidade. Duas áreas podem eventualmente justificar - a saúde mental e a doença musculoesquelética [doença degenerativa] - mas não sabemos com rigor", diz Rui Portugal.

Para que haja um aumento na qualidade de vida, é necessário um investimento na pré-reforma. "As empresas e as autarquias (espaço urbano ou rural) devem ter uma atenção particular no envelhecimento ativo das pessoas e das comunidades", afirma o diretor do programa, sugerindo, no caso das empresas, saúde ocupacional e programas de gestão de stress. Além disso, destaca as "questões relacionadas com a atividade física, a alimentação cuidada e os comportamentos de risco a evitar ou eliminar, como o tabaco e o álcool".

Além do aumento da esperança de vida saudável em 30%, a diminuição da mortalidade antes dos 70 anos foi outra das metas traçadas pelo Plano Nacional de Saúde Revisão e Extensão a 2020. Destacando que o país está "bem encaminhado", Rui Portugal reconhece que "não é líquido que no curto espaço de tempo que falta para 2020 alcancemos estes objetivos".

Fonte: 
Diário de Notícias Online
Nota: 
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