Reeducação alimentar é o caminho

Por que é difícil perder peso depois dos 40?

Atualizado: 
27/11/2020 - 10:32
A especialista em tratamentos para perda de peso, Sinthia Puttini, explica porque é que “engordar do ar” se torna uma realidade com o passar dos anos.

Para a grande maioria das mulheres, a entrada nos “entas” caracteriza-se pela facilidade em engordar e maior dificuldade em perder peso. De facto, os 40 anos são um marco na vida da mulher devido a todo um conjunto de mudanças que se iniciam: o organismo prepara-se para entrar na fase da pré-menopausa, o metabolismo diminui, bem como a quantidade de massa magra (músculo).

Com a entrada no período de pré-menopausa e a consequente diminuição dos níveis de estrogénio e progesterona, as mulheres são confrontadas com um conjunto de mudanças hormonais que resultam não só no aumento da fome, mas também no crescente desejo de alimentos mais calóricos.

Ora, se por um lado a fome aumenta, por outro, a quantidade de calorias que necessita de consumir para cumprir as atividades do seu dia-a-dia, diminui com o passar dos anos. Portanto, se mantiver aos 40 os mesmos hábitos alimentares que tinha aos 30, irá aumentar de peso. “Engordar do ar” torna-se uma realidade quando necessita de consumir menos, mas o seu corpo pede mais.

Simultaneamente, a capacidade de manter o peso ou mesmo emagrecer é também afetada pela perda de massa magra característica desta altura, uma vez que com menos músculo, queimamos menos calorias e o organismo começa a armazenar mais gordura.

Pois bem, então e agora? Se tem de comer menos, mas as mudanças pelas quais está a passar a impelem a comer mais, como emagrecer? Optar por dietas que a levem a cortar certos alimentos não será eficaz pois na primeira oportunidade que tiver irá consumir tudo aquilo a que se privou. É importante que reaprenda a alimentar-se, perdendo peso dessa forma e maximizando esses resultados ao adotar uma nova alimentação e estilo de vida, que respeitem as novas necessidades do seu corpo.

Uma alternativa que se tem revelado eficaz no combate ao excesso de peso nesta idade, é a dieta proteica, de muito baixo valor calórico, prescrita por um médico e realizada com o apoio de uma equipa multidisciplinar.

Este tratamento, que culmina na reeducação alimentar dos pacientes, permite que o corpo entre em cetose controlada – utilização dos depósitos de gordura como fonte energética - através do controlo rigoroso do plano alimentar estabelecido. Desta forma é feita uma perda de peso de qualidade, com redução importante da massa gorda, sobretudo a gordura visceral, ao mesmo tempo que a massa magra é preservada. Perde-se peso de uma forma mais rápida, saudável e sem fome.

Um estudo comprovou que este tratamento é três vezes superior aos da dieta hipocalórica. Ao fim de dois meses é possível perder até 15 quilos, em comparação com os 5 quilos de uma dieta hipocalórica habitual. Os resultados deste estudo demonstram uma nova visão sobre a abordagem do excesso de peso e obesidade, ao comprovar que uma perda de peso rápida traz benefícios para a saúde, quebrando assim o mito de que perder peso rapidamente se mostra ineficaz a longo prazo.

Além disso, a realização deste tratamento com acompanhamento médico aliada ao apoio especializado de dietistas-nutricionistas, técnicos de atividade física e profissionais de Coaching, favorece a manutenção do peso a longo prazo. Isto porque o apoio e orientação dos profissionais evitam excessos e desvios do plano alimentar estabelecido, contribuindo para que os resultados sejam visíveis desde o início, o que se traduz numa maior motivação e compromisso com a perda de peso.

Perder peso a partir dos 40 anos é difícil, mas não é impossível. Não se conforme. Decida e marque a sua consulta com um médico especializado neste tipo de reeducação alimentar, que a ajudará e orientará no processo da perda de peso.

Autor: 
Dra. Sinthia Puttini - Médica especialista em tratamento para perda de peso
Fonte: 
GCI
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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