A partir dos 40 anos é aconselhável consultar um oftalmologista para a deteção precoce do glaucoma

O glaucoma é uma doença neurodegenerativa em que o nervo ótico encontra-se danificado. Geralmente está associado a um aumento da pressão intraocular (PIO). Segundo a OMS, é a segunda causa de cegueira no mundo. Em Portugal, estima-se que mais de 100 mil pessoas sofram de glaucoma, no entanto, está pouco diagnosticado por ser assintomático.
Esta doença evolui de forma lenta e progressiva, provocando lesões irreversíveis no nervo ótico. Devido aos tratamentos disponíveis atualmente, é possível atrasar e, em alguns casos, abrandar a sua evolução, melhorando assim a qualidade de vida dos doentes. Estes fármacos atuam através da redução da pressão intraocular, reduzindo desse modo o dano no nervo ótico.
80 milhões em 2020
Atualmente estima-se que 60 milhões de pessoas sofram de glaucoma em todo o mundo. Este número aumenta em 2,4 milhões a cada ano, pelo que em 2020 haverá quase 80 milhões de doentes com glaucoma. Por isso, os especialistas insistem cada vez mais na importância da deteção precoce e no início do tratamento adequado.
Como explica o Dr. António Figueiredo, Presidente do Grupo Português de Glaucoma da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, "a prevenção e a adesão ao tratamento são a melhor estratégia de que se dispõe para travar o glaucoma e evitar que este leve à cegueira".
Exames periódicos a partir dos 40 anos
A medição periódica da pressão intraocular é a ferramenta de diagnóstico mais eficaz na prevenção do glaucoma. Neste sentido, o Dr. António Figueiredo refere que "todas as pessoas com mais de 40 anos devem ir regularmente ao oftalmologista, já que, além de verificar a pressão ocular, é importante avaliar o estado do nervo ótico, especialmente nas pessoas com antecedentes familiares de glaucoma". O risco de se sofrer desta doença aumenta a partir dos 60 anos.
O tratamento
Existem várias opções para o tratamento farmacológico, sob a forma de colírio, com uma ou duas substâncias ativas na sua formulação. Geralmente, começa-se com uma monoterapia e, no caso de não ser suficiente, pode acrescentar-se um segundo ou até mesmo um terceiro fármaco. Estão disponíveis várias classes terapêuticas, como as prostaglandinas, betabloqueadores, inibidores da anidrase carbónica... Quando não se consegue controlar a pressão intraocular poderá ser necessária a cirurgia ocular.