Ordem reage com extrema preocupação ao desaparecimento de medicamentos
Ontem, à margem da inauguração do Centro de Saúde do Cadaval, Marta Temido reagiu ao segundo caso de medicamentos desaparecidos referindo que os dois casos não passam de uma mera coincidência.
À TSF, Miguel Guimarães afirmou que este é um caso preocupante e que, ao contrário das declarações simplistas da ministra da saúde, deveria merecer mais atenção por parte do Executivo.
"Acho que a senhora ministra da Saúde, mais uma vez, abordou o caso de uma forma muito especial e sem a importância que tem. É importante, merece uma atenção especial. Não é, obviamente, para as pessoas ficarem alarmadas mas é preciso ter mão firme nestas situações. Estes são casos graves, que merecem uma preocupação grande e, sobretudo, uma intervenção rápida. Se este tipo de casos se começa a multiplicar, e estamos a falar de medicamentos potencialmente perigosos... É fundamental valorizar este tipo de situações, não são normais", reforçou o bastonário, criticando a postura de Marta Temido.
De acordo com o bastonário da Ordem dos Médicos, um dos medicamentos que desapareceu é um antirretroviral utilizado para tratar doentes com VIH/sida, e que apresenta efeitos colaterais “potentes se utilizado indevidamente”, considerando que se trata de um medicamento que pode ter “um valor super inflacionado no mercado negro”. E esta é uma questão que preocupa o especialista.
Já o segundo medicamento "é o Fentanil, um complemento para a anestesia de doentes que também é usado, em circunstâncias muito específicas, como um analgésico muito potente. É um medicamento que, se for usado de forma inadequada pode ter consequências dramáticas."
Miguel Guimarães justifica assim a sua convicção: que os fármacos terão sido "roubados com um objetivo", merecendo o caso uma "investigação profunda" por parte das autoridades para apurar o que verdadeiramente aconteceu.