Novo cartão pretende melhorar comunicação entre estrangeiros e serviços de emergência

O objetivo passa por fornecer informações adicionais, como a medicação, as alergias e doenças atuais das vítimas, facilitando o tratamento médico de emergência efetuado pelos socorristas, explicou o presidente da associação.
David Thomas, antigo consultor da Interpol e da Agência das Nações Unidas Sobre Drogas e Crime (UNODC), falava à margem das Jornadas de Turismo em Segurança, um evento realizado na passada sexta-feira na Universidade do Algarve, em Faro.
"Em discussões com os técnicos do INEM, concluímos que havia ocasiões em que era difícil estabelecer a condição médica da vítima de um acidente de viação, que pode ser um turista ou até um residente", explicou o presidente da Safe Communities, que vive no Algarve há mais de uma década.
Para o responsável da associação, o atendimento e tratamento "podem demorar mais tempo" porque, por vezes, a informação que as vítimas têm consigo não é suficiente para ajudar os socorristas.
"Este cartão acelerará o processo de comunicação entre as duas partes, tornando-o mais eficiente. Pode ser uma ajuda muito importante para os primeiros técnicos do INEM no local ou até para os agentes policiais", sublinhou.
O cartão de identificação de emergência deverá estar disponível, para ‘download', nos ‘sites' da associação e das forças de segurança, para que os interessados o possam transferir, preencher, plastificar e ter sempre na sua posse.
O projeto, promovido em parceria com INEM, GNR e PSP, "está prestes a ser aprovado" pelas várias instituições, mas David Thomas espera que "possa estar disponível no verão".
A associação está a igualmente a desenvolver, em conjunto com a Autoridade Nacional de Proteção Civil, uma série de novos folhetos informativos, em várias línguas estrangeiras, disponíveis para turistas e residentes.
O objetivo passa por identificar e fornecer conselhos relativamente a crimes emergentes que podem afetar os turistas de férias em Portugal ou criar uma maior sensibilização para questões de segurança pública, como incêndios rurais.
A Safe Communities, considerada esta semana instituição de utilidade pública, arrancou há cinco anos e meio no Algarve e já se alargou a outros pontos do país.
"Fomos bem aceites pelas forças de segurança e pelas instituições relacionadas. Isso fica evidente pelo facto de já termos 11 protocolos de colaboração com várias entidades. Elas reconhecem o nosso valor", assegurou David Thomas, lembrando que o último destes acordos foi assinado este ano com o Ministério da Administração Interna.
Considerando o Algarve "como um dos sítios mais seguros da Europa", David Thomas quer "continuar a trabalhar para o manter assim e, se possível, melhorar", evitando "um eventual relaxamento pelo facto de a taxa de criminalidade ter diminuído 19,3% na região nos últimos cinco anos".