Ministro do Interior britânico anuncia utilização de canábis com fins terapêuticos
Citado pela agência de notícias France-Presse (AFP), o ministro afirmou, num comunicado, que a canábis "ajudará pacientes com necessidades médicas específicas", garantindo que a utilização com fins terapêuticos "não é de forma alguma um primeiro passo para a legalização".
Segundo a AFP, recentemente, foram divulgados vários casos de doentes que se tratam ilegalmente com produtos derivados de canábis, referindo duas crianças com epilepsia, Alfie Dingley e Billy Caldwell, que tomaram óleo de canábis.
O ministro Sajid Javid pediu a opinião a dois grupos de especialistas independentes antes de decidir, revela a AFP.
"Legalizar a canábis terapêutica, disponível com receita médica, melhorará a vida dos pacientes que sofrem atualmente em silêncio. Não há nada mais difícil do que ver os seus parentes a sofrerem, é por isso que tomei essa decisão", disse o ministro na conta da rede social Twitter.
De acordo com a AFP, a canábis, que foi classificada como droga sem valor terapêutico, mudará de categoria.
O Departamento de Saúde e Assistência Social (DHSC, na sigla inglesa) e a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA, na sigla inglesa) vão agora "definir claramente o que constitui uma droga derivada da canábis" para que possam ser receitados, indicou o ministério.
"Outras formas de canábis serão estritamente controladas e não estarão disponíveis com receita médica", apontou o ministério.
Mike Penning, co-presidente de um grupo parlamentar sobre canábis medicinal, disse estar "feliz" com o facto de o ministro ter "agido tão rápido".
"Este anúncio traz esperança para muitos milhares de pessoas", afirmou Mike Penning, referindo que "ainda há muito trabalho a ser feito para definir exatamente quais produtos serão permitidos e como serão regulados".
Vários países europeus legalizaram a canábis terapêutica, como a Alemanha, a Áustria, a Finlândia ou a Itália.
Essa decisão do governo conservador britânico será "muito bem-recebida pela comunidade de pesquisadores", reagiu Tom Freeman, pesquisador do King's College, em Londres.
"Terá um impacto significativo na pesquisa, facilitando o desenvolvimento de drogas mais seguras e eficazes", acrescentou Tom Freeman.