Presidente da SPMD diz

Mais gente a correr aumenta consultas de aconselhamento

O presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva disse que as lesões de quem corre podem ser evitadas através de uma avaliação médica prévia e criticou o consumo excessivo de suplementos alimentares.

Em declarações, João Pereira de Almeida afirmou ter notado uma subida na afluência aos consultórios médicos no sentido de melhorar as condições físicas, prevenção das lesões e de aconselhamento alimentar.

“Correr é uma actividade excelente, com pequenos riscos, que podem ser evitados”, garantiu Pereira de Almeida, adiantando que “uma boa avaliação médica previne a existência de lesões”.

O dirigente da Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva (SPMD) comentou que Portugal é um dos poucos países europeus com recomendação de exame médico desportivo, que pode ser feito junto de um especialista ou num centro de medicina desportiva.

“Se não o fizerem, pelo menos consultem o médico de família e tentem caracterizar o tipo de esforço, a sua duração, a intensidade, as condições climatéricas, o tipo de alimentação que fazem, o material e o local onde correm”, aconselhou o especialista.

“Sem supervisão na maior parte” dos suplementos, cujo “consumo é enorme”, Pereira de Almeida sublinhou a necessidade de ser tomados apenas por recomendação médica ou nutricionista.

Assinalando Portugal como um país de automedicação, o responsável referiu ser “difícil aos países mediterrânicos imporem regras”.

“Todas as drogas têm alguns riscos e têm muitos benefícios, mas é preciso algum cuidado na sua utilização”, alertou.

Na alimentação, o dirigente da SPMD aconselhou os menos jovens a diminuírem o consumo de proteínas, defendeu a hidratação com frequência a todas as pessoas e criticou a regra de comer de três em três horas.

“Não respeitem a regra de comer de três em três horas. Penso que é um erro. O ser humano evoluiu ao longo de milhares de anos com fome, com carências, e era uma população de gente magra e estamo-nos a tornar obesos porque ingerimos alimentos em excesso”.

Sobre os horários, o especialista recordou a contraindicação do desporto depois das refeições.

O coordenador do Centro de Medicina e Traumatologia Desportiva da Clínica CUF Alvalade (Lisboa), Paulo Beckert também notou que o maior número de praticantes foi acompanhado por mais preocupação de aconselhamento junto de especialistas.

“Prevenir é melhor do que curar”, disse o especialista, acrescentando ser “totalmente desaconselhável” a automedicação.

Como conselhos genéricos, Beckert disse aos praticantes para evitarem a exposição ao sol em zonas descobertas e temperaturas elevadas.

“A frequência dos treinos, assim como os tempos e distâncias devem ter em consideração a condição física e os princípios da progressão, respeitando o tempo necessário para recuperação pós esforço (intervalos dias de treino e repouso)”.

Estes praticantes devem também seguir um “equilibrado regime alimentar - várias refeições ao dia com variedade de alimentos - adaptado ao tipo de esforço, nomeadamente quando há treinos longos ou recuperação de competição".

“Nesta situação nunca é demais aconselhar-se com um nutricionista para a personalização e orientação do regime alimentar que melhor se adequa ao tipo de treino”, concluiu.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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