Investigadores criam pão com algas para substituir o sal
Na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche, o projecto arrancou há pouco tempo, mas os investigadores já confirmaram que é possível substituir algas marinhas por sal, sem se obter um pão insonso. “Uma das principais características que este produto poderá ter como mais-valia é a não adição de sal. Como as algas são algas marinhas, já têm um teor de sal associado que permite que o pão não tenha uma característica insonsa e tenha sabor, mas sem adicionarmos sal”, explicou a coordenadora do projecto, Susana Mendes, alertando para os benefícios deste pão para pessoas intolerantes ao sal ou que tenham de restringir o sal da sua alimentação.
Os compostos extraídos de diferentes macro algas e respectivas bactérias aí alojadas permitem aos investigadores começar a apontar diferentes usos, numa lógica de sustentabilidade dos recursos marinhos, muitos dos quais não tinham qualquer aproveitamento até agora.
“Queremos potenciar a capacidade que as algas têm na área alimentar. Temos este projecto do pão de algas, mas existem mais projectos, como por exemplo o bacalhau com algas, ou iogurte com algas ou até mesmo o chá de algas”, adiantou a docente.
O pão de algas e respectivas características nutricionais vão continuar em estudo até Março de 2015, devendo começar a ser comercializado no segundo semestre desse ano por uma panificadora com estabelecimentos comerciais abertos ao público em Caldas da Rainha e Peniche.
“Já produzimos pão sem sal, mas não tem nada a ver com este sabor. Este tem um sabor característico da alga. Dados os benefícios já conhecidos das algas, é capaz de ser um produto com um potencial muito grande, nomeadamente para as pessoas que se preocupam mais com a saúde”, afirmou Élia Calé, gerente da empresa de panificação.
Em 2013, os investigadores já tinham identificado compostos nas algas que as tornam úteis no fabrico de cremes de beleza e medicamentos, como antibióticos e antifúngicos, mas também fármacos usados no combate a doenças cancerígenas ou neurodegenerativas, graças às capacidades antibacteriana e antioxidante testadas