Conferência “Humanos do futuro”

Investigadoras portuguesas discutem avanços da saúde na Universidade de Aveiro

Três investigadoras portuguesas discutiram ontem na Universidade de Aveiro (UA) os avanços na área da saúde, apresentando novidades como o uso da inteligência artificial para fazer diagnósticos mais precisos das doenças neurodegenerativas.

“Atualmente, os médicos demoram dois anos em média a chegar a um diagnóstico robusto de doenças neuropsiquiátricas, como a doença de Alzheimer e Parkinson. A nossa ideia é reduzir esse tempo para um dia”, disse à Lusa a bióloga Diana Prata, uma das responsáveis pelo projeto que está a ser desenvolvido por uma ‘startup’ portuguesa.

A investigadora falava à margem da conferência “Humanos do futuro”, promovida pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, que decorreu hoje na UA.

Segundo Diana Prata, o objetivo é fornecer aos médicos relatórios personalizados de pacientes, que os ajudam a fazer diagnósticos, com antecedência e precisão.

“Nós damos um relatório clínico com a análise que fazemos do cérebro, que tem uma exatidão maior do que olhar para um exame”, disse a investigadora, adiantando que estão a ter "uma exatidão perto dos 90% que é melhor do que os cerca de 60% a 70% que os clínicos conseguem oferecer neste momento".

Segundo Diana Prata, a redução de custos com a saúde é outra das vantagens desta solução, porque irá evitar a realização de exames complementares que muitas vezes "são muito caros".

A investigadora, que esteve 12 anos no King's College de Londres, tendo regressado a Portugal em 2015, referiu que os hospitais poderão começar a usar esta solução a partir de 2020, depois de concluído o processo de certificação.

“Atualmente, estamos ainda a validar o nosso protótipo para que tenhamos certificação e possamos abrir ao mercado”, disse a investigadora.

Além de Diana Prata, a conferência contou com a participação de Sílvia Curado, uma especialista em engenharia genética que falou sobre o uso da genética na medicina personalizada, e a bioquímica Joana Magalhães, que contou como a medicina regenerativa poderá ajudar no tratamento das doenças reumáticas.

A plataforma GPS integra atualmente cerca de 4.000 membros, distribuídos por 94 países, sendo pouco mais de metade (55%) investigadores com percurso no estrangeiro.

Esta rede tem como propósito mapear a comunidade de cientistas portugueses, dar visibilidade às suas atividades de investigação e facilitar os contactos entre cientistas e com a sociedade portuguesa.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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