Campanha Stop Diabetes

“Intervir contra a diabetes é uma das maiores prioridades de saúde pública”

A campanha Stop Diabetes, do Programa Nacional para a Diabetes da Direcção-Geral da Saúde, quer contrariar o crescimento da diabetes em Portugal com iniciativas de prevenção que envolvam todos os sectores da sociedade. No dia 22 de Abril, das 9h00 às 14h00, os alunos da Faculdade de Medicina de Lisboa vestem a camisola da Stop Diabetes e apelam à prevenção, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

A diabetes é considerada a pandemia do século XXI prevendo-se que possa atingir, nos próximos 30 anos, mais de 20% da nossa população. Segundo o relatório de saúde da OCDE de 2014, Portugal é o país da Europa com a mais alta taxa de prevalência da diabetes (13%).

A campanha Stop Diabetes, do Programa Nacional para a Diabetes (PND), da Direcção-Geral da Saúde (DGS) tem vindo a actuar para desacelerar o crescente aumento da diabetes em Portugal: a promoção de estilos de vida saudável é a base de uma prevenção eficaz, permitindo reduzir em 60% a evolução da Diabetes nas pessoas em risco.

Silenciosa, a evolução da doença está associada ao risco de várias complicações que resultam na diminuição da qualidade de vida e num grande esforço financeiro para o doente e para o Estado (1% do PIB). Se nada for feito, calcula-se que o número de casos anuais de diabetes duplique para 120 mil nos próximos 10 anos.

A esta doença crónica estão associados elevados custos humanos, sociais e económicos, constituindo-se como a primeira causa de cegueira, diálise, amputações não traumáticas, enfartes do miocárdio e AVC em adultos jovens. De acordo com o mais recente relatório “Diabetes: Factos e Números” do Observatório Nacional da Diabetes, 25% das pessoas que morrem nos hospitais têm diabetes.

A diabetes, bem como as suas complicações - que atingem 40% das pessoas com a doença e muitas vezes já estão presentes no momento do diagnóstico – podem ser prevenidas.

“Diversos estudos demonstram a efectividade de programas de intervenção no estilo de vida. A Declaração das Nações Unidas ‘Unite for Diabetes’ enfatiza a prevenção da Diabetes Tipo 2 como um tópico fundamental na Saúde. Já o Conselho da União Europeia encoraja o desenvolvimento de programas com controlo de qualidade para a mudança sustentada do estilo de vida. Caso contrário, as consequências podem vir a ser desastrosas”, defende José Manuel Boavida, director do PND.

E enumera algumas: “a percentagem de 30% de pessoas que fazem hemodiálise por causa da diabetes pode chegar aos 40% nos próximos anos; em 30 anos duplicarão também os internamentos hospitalares por AVC e por enfarte do miocárdio, que no presente se situam nos 30% associados à diabetes; os gastos directos com a diabetes chegarão a mais de 3 mil milhões de euros e a 15% da Despesa de Saúde nos próximos 20 a 25 anos; os gastos com medicamentos serão incomportáveis para o SNS sendo os doentes, consequentemente, chamados a comparticipar mais; os Serviços de Saúde não terão capacidade para atender e acompanhar um número tão elevado de doentes. Intervir contra a diabetes é uma das maiores prioridades de saúde pública”.

A Diabetes Tipo 2 é a forma mais comum da doença e está fortemente ligada aos estilos de vida, à alimentação e à idade. Um dos objectivos do Programa Nacional para a Diabetes é reduzir a prevalência da diabetes por meio de diversas estratégias de intervenção, nomeadamente através do combate aos factores de risco conhecidos, incidindo, sobretudo, naqueles que é possível controlar, como a hipertensão arterial, a obesidade, a privação de sono, o sedentarismo e o tabagismo.

Fonte: 
Multicom
Nota: 
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