XVII Jornadas do Núcleo da Doença VIH

Internistas defendem a realização de testes rápidos do VIH em migrantes e refugiados

As repercussões das migrações sobre o atual panorama da infeção por VIH na Europa serão um dos temas em destaque na XVII Jornadas sobre Infeção VIH da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, que se realizam em Viseu, a 6 e 7 de maio.

A implementação, de um modo organizado e eficiente, de um programa de testes rápidos de VIH é uma das medidas preventivas sugeridas pelo Núcleo da Doença VIH (NEDVIH) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

Telo Faria, coordenador do NEDVIH, explica que “os dados epidemiológicos da infeção por VIH dos países de origem dos migrantes que hoje chegam à Europa são escassos, refletindo a debilidade dos respetivos sistemas de saúde. Daí a questão legítima que se deverá colocar: haverá zonas do globo, nomeadamente, a Europa, sujeitas a curto e médio prazo, a aumento de incidência e prevalência da infeção VIH, pelas atuais migrações destes povos, nomeadamente do Médio Oriente, mas também do Leste Europeu?”.

Há ainda outras questões que preocupam o especialista: “de que modo poderá acontecer este aumento de prevalência? Diretamente, pela própria imigração de seropositivos ou de modo indireto, por aumento de comportamentos de risco das novas populações? E as atuais estruturas dos sistemas de saúde europeus, terão capacidade de dar respostas adequadas e eficientes?”.

Para Telo Faria a solução pode passar por “canalizar recursos de saúde pública, em colaboração com as ONGs no sentido de atuarem no terreno, essencialmente em duas vertentes, primeiro, para um conhecimento o mais rigoroso possível da epidemiologia da população imigrante, através de implementação de um modo organizado e eficiente, de um programa de testes rápidos. Depois, dinamizar ações de informação, esclarecimento, formação e implementação de um programa preventivo sobre as referidas populações e, simultaneamente, providenciar no sentido de um acesso rápido e consequente aos serviços de saúde. Tudo isto teria que ser feito com a inteligência e sensibilidade por parte dos serviços de saúde de forma a respeitar os hábitos e cultura desses povos”.

A doença VIH e comorbilidades, as hepatites e o VIH e a terapêutica antiretrovírica – estado da arte serão outros dos temas em debate nestas jornadas, durante as quais o NEDVIH atribuirá um prémio no valor de mil euros ao melhor caso clínico.

Fonte: 
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Nota: 
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