Sociedade Portuguesa de Cardiologia

Insuficiência Cardíaca: A doença tabu que também representa a epidemia do século XXI

Como é que uma doença que atinge cerca de 26 milhões de pessoas em todo o mundo, cerca de 400 000 portugueses, que tem um impacto económico significativo e crescente, contribuindo atualmente para uma despesa em saúde de mais de 108 mil milhões de dólares por ano, a nível mundial, e com uma enorme tendência para aumentar, continua a ser tão pouco conhecida e documentada?

Esta doença não tem cura, mas tem tratamento! É uma doença complexa e desafiante para a qual não existe cura, conduzindo à morte em cerca de metade dos doentes, nos 5 anos após o diagnóstico e que coloca a tónica na importância de um diagnóstico precoce. É urgente, por isso, aumentar o reconhecimento e conhecimento público dos sintomas da Insuficiência Cardíaca ajudar e bem como ajudar todos aqueles que vivem com esta patologia a viver mais e melhor.

Esta é uma das missões da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, em nome de uma maior democratização e no acesso aos cuidados de saúde, e sobretudo por uma vida, mais longa e com mais qualidade.

Fatos sobre a Insuficiência Cardíaca?

A Insuficiência Cardíaca é uma situação clínica debilitante e potencialmente fatal, em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para manter as necessidades do organismo.

Na maioria dos casos, ocorre porque o músculo cardíaco, responsável pela ação de bombear o sangue, enfraquece ao longo do tempo ou torna-se demasiado rígido. De uma forma muito simples, o que se sucede é que o coração não consegue executar as tarefas que lhe são exigidas de uma forma adequada.

Na maioria dos casos, a Insuficiência Cardíaca não tem uma causa única e a lesão do músculo cardíaco pode acontecer após um ataque cardíaco ou outra doença súbita que afete o coração, ou devido a uma lesão continuada e mais gradual, como acontece na diabetes, hipertensão, colesterol elevado, consumo excessivo de álcool, abuso de drogas, doença das artérias coronárias, arritmias, entre outras.

Para quem vive com Insuficiência Cardíaca, os sintomas podem ser muito debilitantes: Dificuldade em respirar; inchaço dos membros inferiores devido a acumulação de líquidos, fadiga intensa, tosse, pieira, náuseas e aumento de peso devido à acumulação de líquidos.

O risco de desenvolver insuficiência cardíaca aumenta com a idade e, em geral, tem tendência a ser mais frequente nos homens do que nas mulheres.

Esta doença não tem cura, mas tem tratamento! É uma doença complexa e desafiante para a qual não existe cura, conduzindo à morte em cerca de metade dos doentes, nos 5 anos após diagnóstico, o que coloca a tónica na importância de um diagnóstico precoce.

De acordo com o Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Prof. Doutor João Morais, “o notável progresso tecnológico nos últimos 20 anos, o controle dos factores de risco cardiovascular e o tratamento do enfarte agudo do miocárdio, têm resultado numa redução da mortalidade por doença cardiovascular. Ao prolongar a vida, muitos doentes vêm a desenvolver danos irreversíveis no coração, aumentado o risco de evolução para insuficiência cardíaca.”

A Insuficiência Cardíaca em números

  • Mais de 26 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de Insuficiência Cardíaca, e este número vai continuar a aumentar;
  • Em Portugal, estima-se que mais de 400.000 pessoas sofrem desta doença;
  • 1 em cada 5 pessoas com mais de 40 anos, vai desenvolver Insuficiência Cardíaca ao longo da sua vida;
  • A Insuficiência Cardíaca é a principal causa de internamento hospitalar em pessoas com mais de 65 anos de idade ;
  • 1 em cada 25 pessoas não sobrevive ao 1º internamento por Insuficiência Cardíaca;
  • 1 em cada 10 pessoas morre nos 30 dias após um internamento hospitalar por Insuficiência Cardíaca;
  • Cerca de 30% das pessoas que sofrem de Insuficiência Cardíaca morrem ao fim de 1 ano;
  • 50% das pessoas internadas por Insuficiência Cardíaca não sobrevive 5 anos após o diagnóstico;
  • A Insuficiência Cardíaca é responsável por 2 a 3 vezes mais mortes do que alguns cancros em estadios avançados, como o cancro da mama e o cancro do cólon;
  • Cerca de 1 em cada 3 pessoas, confundem os sintomas da Insuficiência Cardíaca com os sintomas normais relacionados com o envelhecimento;
  • Menos de 1 em cada 10 pessoas conseguem identificar três dos sintomas mais comuns, como a falta de ar extrema, o edema dos membros inferiores, o rápido aumento de peso e a dificuldade de locomoção;
  • 1 em cada 4 pessoas espera mais de uma semana para procurar ajuda médica, ou nem sequer procura, quando tem sintomas de Insuficiência Cardíaca;
  • Todos os anos a Insuficiência Cardíaca custa à economia mundial mais de $108 mil milhões/ ano, sendo 60-70% destes custos relativos a hospitalizações.
Fonte: 
SConsulting
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock