Economia Cívica

Instituições devem provar que melhoram a vida das pessoas

As instituições da economia social têm de “provar que estão a melhorar” a vida das pessoas, defende a promotora da Iniciativa para a Economia Cívica, cujos projetos vão ser apresentados em Lisboa.

“As instituições têm mesmo de quantificar o retorno económico e social” do trabalho que desenvolvem nas comunidades, maioritariamente com verbas do Orçamento do Estado, disse Maria do Carmo Marques Pinto, responsável da Iniciativa para a Economia Cívica (IEC).

Para esta advogada, principal impulsionadora da iniciativa, “a aritmética também chegou” à economia social, um setor que abrange fundações, associações, cooperativas, misericórdias e outras entidades.

Frisando que a economia em Portugal, mas também na Europa e no mundo, “já não funciona da mesma maneira”, sobretudo após a crise que eclodiu em 2008, Maria do Carmo Marques Pinto disse que, face à “escassez de recursos públicos”, é necessário encontrar um modelo diferente para a gestão do setor social.

“É preciso provar ao investidor que com a resposta a um determinado problema social também há um retorno absolutamente quantificável”, disse a especialista em assuntos europeus.

No passado, “os impostos pagavam tudo e não havia necessidade de quantificar”, afirmou.

Na quarta-feira, serão apresentados, no Museu do Oriente, em Lisboa, os sete “projetos-bandeira” que estão a ser elaborados pelas “comunidades para a economia cívica” que integram a IEC.

Os projetos envolvem 164 entidades (autarquias, empresas e outras instituições) dos municípios de Penela, Miranda do Corvo, Idanha-a-Nova, Vila Velha de Ródão, Gouveia, Fundão e Lousã, todos na região Centro.

No encontro, a partir das 09:30, serão divulgados “a uma assembleia de potenciais investidores, privados e públicos, os valores de investimento e de retorno económico e social” de cada uma das propostas, refere uma nota da IEC.

Os projetos são os seguintes: “Saúde Inteligente e Preventiva” (Penela), “Família Pública” (Miranda do Corvo), “Território Inclusivo” (Lousã), “TIC e Inovação Social" (Fundão), “Valorização do Capital Intergeracional" (Gouveia), “Plataforma Digital de Promoção e Comercialização da Economia Local" (Vila Velha de Ródão) e “Idanha Social Lab Valley” (Idanha-a-Nova).

Na abertura, para a qual está anunciada a presença da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, intervêm Carlos Monjardino (Fundação Oriente), José Pena do Amaral (BPI), Gianluca Misuraca (Comissão Europeia) e Filippo Addarii (Plus Value), especialista internacional na área da economia cívica.

Em representação dos municípios que integram a IEC, usarão ainda da palavra os presidentes das sete câmaras, à exceção do de Miranda do Corvo, pelo qual falará o médico Jaime Ramos, enquanto presidente da fundação ADFP.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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