Projeto EDUFLUVAC

iBET desenvolve vacina inovadora contra o vírus da Gripe

Este projeto denomina-se EDUFLUVAC e pretende desenvolver uma vacina que possa proporcionar uma proteção mais prolongada, e ampla, contra o vírus da Gripe.

Como é de conhecimento geral, a vacinação anual é a principal forma de prevenção contra a gripe sazonal provocada pelo vírus Influenza. Esta é também a melhor forma de nos protegermos contra potenciais pandemias como a que se registou em 2009 com o vírus H1N1. Contudo, devido à elevada propensão do vírus Influenza para mutações, a composição das vacinas da gripe sazonal necessita de ser atualizada e novas vacinas têm de ser formuladas, produzidas e administradas anualmente, se não com maior frequência em caso de pandemias. O desenvolvimento de uma vacina “universal” para o vírus Influenza, capaz de induzir resposta imunitária contra diferentes estirpes do vírus dentro do mesmo subtipo ou transversal a vários subtipos tornou-se uma prioridade a nível mundial. Este é o objetivo que este projeto pretende alcançar.

“O grande potencial deste projeto passa pela geração de uma vacina da gripe “universal” que consiga proteger de forma eficaz não só os mais vulneráveis (crianças e idosos) como os adultos contra a gripe sazonal que todos os anos nos afeta, especialmente no inverno, e que ainda possa oferecer um grau de proteção elevado contra potenciais pandemias. Em última instancia, a plataforma tecnológica resultante deste projeto poderá permitir a redução dos custos de produção em grande escala de uma vacina da gripe, tornando deste modo esta vacina da gripe mais acessível a países em desenvolvimento” refere Paula Alves, CEO do iBET.

Descrição do projeto e das suas potencialidades
O projeto EDUFLUVAC tem como objetivo a geração de uma vacina da gripe “universal” que seja amplamente reconhecida pelo sistema imunitário e desta forma ofereça proteção contra vários subtipos de vírus Influenza circulantes, aumentando significativamente o tempo de vida útil da vacina (cerca de 5 anos) quando comparada com as tradicionais vacinas da gripe sazonal. Estas novas vacinas serão baseadas em partículas semelhantes a vírus (VLPs), estruturas compostos por uma ou várias proteínas que mimetizam o vírus nativo mas que não apresentam DNA ou RNA, o que torna as VLPs inócuas e boas candidatas a vacinas. As vacinas contra a hepatite B e o vírus do papiloma humano, produzidas pelas empresas farmacêuticas GlaxoSmithKline e Merck Sharpe and Dohme são talvez os exemplos mais marcantes da aplicação de VLPs na área das vacinas.

“As diferentes VLPs que temos estado a fabricar para o projeto EDUFLUVAC estão a ser produzidas no iBET usando células de inseto e baculovirus (vírus que apenas infetam células de inseto), um conceito que apesar de já ter duas décadas de existência apenas nos anos mais recentes tem tido a sua aplicação pratica na indústria como é o caso da vacina da gripe Flublok licenciada em 2013 pela empresa Protein Sciences (EUA)” salienta Paula Alves.

As competências nesta área estão a ser apoiadas pela Unidade Piloto do iBET, uma infraestrutura única na Península Ibérica, que suporta igualmente o desenvolvimento de novos biofármacos e anticorpos para diversas multinacionais da área farmacêutica.

Atualmente já foram produzidas no iBET 31 VLPs desenhadas como potenciais candidatas a vacina universal contra a gripe e que foram já testadas em ratos de forma a avaliar a sua capacidade para gerar anticorpos contra vários subtipos do vírus Influenza e assim proteger estes animais contra doses letais do(s) vírus da gripe. Das 31 potenciais vacinas, 6 apresentaram resultados muito promissores e estão agora em fase de estudos de imunogenicidade em furoes e primatas não-humanos, estudos que se prevêem decorram até ao segundo semestre de 2017. 

Fonte: 
Lift Consulting
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock