No Porto

i3S lidera projeto europeu para criação de implantes na cartilagem do joelho

Projeto visa criar implantes em 3D, que, com a incorporação de nanopartículas inteligentes, conseguem reparar os defeitos de cartilagem do joelho e diminuir o aparecimento da doença osteoartrite.

O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), no Porto, vai liderar um consórcio europeu que visa, com um financiamento de 5,5 milhões de euros, desenvolver “matrizes para reparar defeitos de cartilagem do joelho”, revelou esta segunda-feira a coordenadora.

“O nosso objetivo é promover uma regeneração adequada para a cartilagem. Este processo é muito complicado e extremamente difícil, daí recorrermos a tecnologias”, explicou Meriem Lamghari, investigadora do i3S e líder do projeto europeu.

O projeto, denominado RESTORE, visa criar matrizes [implantes] em três dimensões (3D), que, com a incorporação de nanopartículas inteligentes, conseguem reparar os defeitos de cartilagem do joelho e diminuir o aparecimento da osteoartrite, doença que afeta cerca de 242 milhões de pessoas em todo o mundo.

“Focamo-nos nos defeitos da cartilagem do joelho porque é uma das articulações mais afetadas. Com o tempo, os pequenos defeitos da cartilagem começam a crescer e temos uma degeneração do tecido, que com a idade e o tempo leva a uma osteoartrite”, esclareceu.

De acordo com a investigadora do i3S, escreve o Observador, uma vez que o tratamento para regenerar cartilagem é “muito difícil” e que o tecido tem uma capacidade de regeneração “limitada”, o projeto propõe a criação de dois diferentes implantes em 3D.

“Estamos a propor dois tipos de matrizes. Umas sintéticas, baseadas num polímero, e outras biológicas, ou seja, baseadas numa tecnologia de bioimpressão. Em ambos os casos, vamos desenvolver nanopartículas para dar a estas matrizes capacidade de evitar a inflamação, a infeção e promover a regeneração do tecido”, frisou.

Os investigadores pretendem ainda desenvolver um dispositivo equipado com sensores capaz de “ativar as nanopartículas à distância sem utilizar um método invasivo”. Segundo Meriem Lamghari, além da coordenação do projeto, o i3S vai desenvolver nanopartículas “capazes de libertar fármacos” e perceber se as funções e a segurança pretendidas são ou não asseguradas.

O consórcio europeu de investigação em regeneração de cartilagem, liderado pelo i3S e financiado pela Comissão Europeia em 5,5 milhões de euros, conta nos próximos três anos e meio com a colaboração de parceiros de Espanha, Itália, Alemanha, Islândia, Noruega, Suécia e Finlândia.

Fonte: 
Observador
Nota: 
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Foto: 
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