Hospital Universitário de Coimbra prevê baixar infecções de 9% para 7,5%
"A sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não tem a ver apenas com o lado financeiro, mas também com doenças crónicas, como a diabetes, ou as infecções hospitalares", disse José Martins Nunes, presidente da administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
Nos últimos dois anos, o CHUC conseguiu "baixar 5%" a presença de micro-organismos multirresistentes", estando de momento a apostar na investigação clínica nesta matéria com o apoio da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e na aquisição de "informática para monitorização das infecções", avançou.
"Dentro de três a quatro anos, poderemos atingir os níveis dos melhores resultados da Europa", sublinhou Martins Nunes, que falava durante a sessão solene de abertura do congresso internacional "Prevenir e combater as infecções associadas aos cuidados de saúde", no auditório do CHUC, em Coimbra.
Elaine Pina, em representação do director geral de Saúde, Francisco George, que não pôde estar presente, alertou que, "ao nível da prestação de cuidados de saúde, as infecções hospitalares não são vistas como evitáveis".
Membro do Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e Resistência aos Antimicrobianos, Elaine Pina defendeu que toda a infecção "deve ter uma análise aprofundada", frisando que "todas as infecções que surgem têm de ser consideradas como evitáveis".
Elaine Pina sublinhou ainda algumas recomendações como a "higiene de superfícies frequentemente manuseadas, a higiene das mãos, profilaxia antibiótica cirúrgica não superior a 24 horas e terapêutica antibiótica não superior a sete dias", frisando que o programa pretende "investir na formação".
O congresso, que conta com a participação de 400 especialistas nacionais e internacionais, decorre durante hoje e sexta-feira, abordando diversas temáticas relacionais com as infecções associadas aos cuidados de saúde.