Como impedir as infeções vaginais

Higiene íntima diária na adolescência

Atualizado: 
23/09/2015 - 11:36
A adolescência é uma fase em que as raparigas se sentem mais inseguras dado que passam por alterações anatómicas e hormonais e pelo aparecimento dos primeiros períodos menstruais. Contudo, alguns cuidados, e uma boa rotina de higiene diária permitirão que a adolescente se sinta bem consigo mesma, mais segura e confiante.

Na puberdade inicia-se a produção hormonal de estrogénios e a ação destes provoca alterações celulares nos tecidos. O ácido lático acidifica o meio vaginal e estabelece o equilíbrio da flora existente o que, em condições normais, resulta num efeito barreira que inibe o desenvolvimento de microrganismos patogénicos na vagina.

No entanto, há fatores e situações que favorecem a diminuição da acidez vaginal, que conduz à perda de proteção face às infeções. A vulvovaginite, que se traduz por vermelhidão, ardor, prurido, e corrimento, é uma das manifestações mais frequentes que resultam da alteração da flora vaginal e correspondem à presença de uma inflamação vulvovaginal. Apesar da infeção por via sexual ser frequente, a vulvovaginite também pode ocorrer em raparigas que não tiveram relações sexuais. A maior parte das vulvovaginites são provocadas por vários tipos de bactérias.

A ausência de pelos púbicos, que têm uma ação protetora, a roupa interior apertada ou mantida húmida, a obesidade, ou a utilização de produtos desadequados na higiene, podem contribuir para o aparecimento de prurido ou inflamações. Corrimento e odor desagradável identificam a presença de bactérias.

Para evitar o aparecimento de infeções e a secura/irritação da pele, é importante ter uma rotina de higiene diária, e manter alguns cuidados, que passamos a indicar:

  • Aplicar um gel íntimo extra delicado na mucosa externa durante o duche - contribui para a manutenção do equilíbrio do pH natural;
  • Fazer uma higiene correta, isto é, limpar e/ou lavar os genitais de frente para trás para evitar a contaminação da zona vulvovaginal pelas bactérias da região anal;
  • Evitar banhos de espuma e duches vaginais que podem alterar a flora natural da vagina;
  • Não utilizar sabonetes perfumados (alcalinos) nem desodorizantes íntimos em spray;
  • Reservar a utilização de tampões, que devem ser mudados com frequência, para ocasiões pontuais, como as idas à praia ou a atividade física;
  • Moderar a utilização dos pensos diários, evitando os perfumados, uma vez que prejudicam a transpiração natural e favorecem o calor e a humidade;
  • Usar roupas confortáveis, evitando as calças e roupa íntima apertadas;
  • Usar roupas íntimas de algodão, tecido que permite um melhor arejamento desta zona do corpo;
  • Trocar rapidamente os fatos de banho molhados e o vestuário desportivo suado para evitar a manutenção da humidade na zona vulvar.

Quando estes cuidados não forem suficientes e se os sintomas de desconforto, prurido ou corrimento persistirem, recomenda-se a observação por um médico.

Mesmo que não tenha sintomas, é importante a marcação de uma consulta anual com um médico para observação ginecológica, mamária e eventual aconselhamento sobre contraceção.

Autor: 
Dra. Teresa Laginha - Especialista em Medicina Geral e Familiar
Fonte: 
Ogilvy
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
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