DECO

Foram descobertas salmonelas em praias fluviais

A DECO percorreu algumas praias fluviais do país e detetou a presença de salmonelas e adenovírus - microrganismos que podem desencadear problemas intestinais -, em algumas delas. Foi então comunicada a sua inadequação para banhos aos municípios. Os que não atenderam ao alerta, escudam-se no princípio de que as análises oficiais não encontraram motivo para interdição.

Segundo o Jornal de Notícias, três das 13 águas das praias analisadas, escolhidas aleatoriamente, não são recomendáveis a banhistas, garante a Deco. A nota negativa recaiu sobre Burgães, em Vale de Cambra, que acusou salmonella; e Pomares, em Arganil, e Pego das Cancelas, em Vila de Rei, onde foi encontrado adenorírus.

Normalmente só soa o alerta quando se identifica a E.coli, explica Sílvia Menezes, coordenadora do estudo. Ora, "a salmonella é tão perigosa quanto a E.coli, cria danos semelhantes ao organismo, sobretudo em crianças e pessoas com sistema imunológico deprimido". Já a preocupação com o adenovírus deve-se ao facto de se tratar de um microrganismo que se deposita no fundo dos rios, onde permanece por longos períodos.

"Estamos convencidos de que as praias nos oferecem um sítio agradável e seguro para estar", diz Sílvia Menezes, "mas não é bem assim". Apesar da monitorização das ditas "praias fluviais oficiais", como lhes chama, ser feita pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), "a legislação resultante da transposição da diretiva europeia não exige a investigação da salmonella".

"A lei baseou-se na realidade das praias do Norte da Europa, onde as águas são geladas e a disseminação não se coloca da mesma maneira", explica a especialista, alertando para a insuficiência da legislação.

A câmara de Vale de Cambra (Burgães), comunica que a análise de 15 de julho feita pela autoridade da saúde não encontrou salmonelas e acha por isso "estranha" a conclusão da DECO. O vice-presidente da Câmara de Arganil, Luís Paulo Costa, argumenta no mesmo sentido. "Esta matéria não causa preocupação para a saúde pública" e considera o estudo "alarmista". Já em Vila de Rei, a praia está interditada. Apesar da APA não ter detetado falhas, a autarquia proibiu os banhos logo que deu conta do tom acastanhado do ribeiro. Por coincidência, decidiu-o um dia antes do ofício da DECO.

Fonte: 
Jornal de Notícias Online
Nota: 
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