“Febre amarela à portas da Europa”, alerta Instituto de Veterinária da Suécia

Nesta terceira edição da Cimeira Mundial dos Serviços de Gestão de Pragas para a Saúde Pública e Segurança Alimentar, discutiu-se o impacto das alterações climáticas, do desenvolvimento urbano e da mobilização de pessoas contra o aumento da prevalência de pragas como arboviroses, vírus que podem ser transmitidos ao homem por agentes artrópodes, como mosquitos.
Anders Lindström, biólogo especializado em entomologia do Instituto de Veterinária da Suécia, alertou para o “surgimento de novas espécies de mosquitos” na Europa, especialmente nos países mais quentes.
“Mosquitos invasores que se reproduzem em reservatórios de água em zonas urbanas” vêm potenciar o aparecimento na Europa de doenças perigosas, até aqui predominantes apenas em países do hemisfério sul.
“Mais preocupante é o risco da febre amarela. Costumava ser um problema em África, depois houve um surto na Arábia Saudita e agora estudos recentes sobre anticorpos, desenvolvidos na Turquia e na Tunísia, mostram que a febre amarela está a circular nesses países. Significa que os mosquitos da febre amarela estão mesmo às portas da Europa. Se a febre amarela chegar à Europa, há agentes nativos prontos a transmitir a doença”.
Rubén Bueno, da Associação Europeia de Controlo de Mosquitos (EMCA), salientou a necessidade de serem criados “programas de contenção de mosquitos urbanos” por instituições de saúde pública de forma a reduzir o impacto das arboviroses urbanas importadas, como a dengue, o zika e o chikungunya.
“Quando casos importados de dengue, zika e chikungunya são diagnosticados, torna-se obrigatória a criação de protocolos de resposta rápida baseados em monitorização e controlo entomológico”- prescreve este especialista.