Tumores

FDA aprova extensão da utilização de pembrolizumab em monoterapia

O medicamento está agora aprovado no tratamento em primeira linha de doentes com carcinoma do pulmão de células não-pequenas (CPCNP) estadio III, não candidatos a ressecação cirúrgica ou quimio-radioterapia definitiva, ou CPCNP metastático cujos tumores expressam PD-L1 (TPS≥1%), sem mutações tumorais EGFR ou ALK.

A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aprovou a extensão da utilização de pembrolizumab em monoterapia para o tratamento em primeira linha de doentes com CPCNP estadio III não candidatos a ressecação cirúrgica ou quimio-radioterapia definitiva, ou doentes com CPCNP metastático cujos tumores expressam PD-L1 (TPS≥1%), sem mutações tumorais EGFR ou ALK. Esta aprovação foi baseada nos resultados do ensaio KEYNOTE-042, um estudo da fase 3, no qual a sobrevivência global (OS) foi avaliada sequencialmente como parte de um plano de análise pré-especificado. No ensaio, a monoterapia com pembrolizumab demonstrou uma melhoria estatisticamente significativa na OS em comparação com a quimioterapia isolada em doentes cujos tumores expressaram PD-L1 com TPS≥50%, com TPS ≥20% e, posteriormente, na população total do ensaio (TPS≥1%).

"Esta expansão da indicação em primeira linha torna a monoterapia com pembrolizumab uma opção para mais doentes com CPCNP, incluindo aqueles para os quais a terapêutica combinada pode não ser apropriada", disse Jonathan Cheng, vice-presidente de investigação clínica em oncologia da MSD Research Laboratories.

Reações adversas imunomediadas, que podem ser graves ou fatais, podem ocorrer com pembrolizumab, incluindo pneumonite, colite, hepatite, endocrinopatias, nefrite, reações cutâneas graves, rejeição de transplante de órgãos sólidos e complicações no transplante alogénico de células-tronco hematopoiéticas (TCTH). Com base na gravidade da reação adversa, pembrolizumab deve ser suspenso ou descontinuado e, se apropriado, administrados corticosteroide. Pembrolizumab pode também causar reações graves ou potencialmente fatais associadas à perfusão intravenosa. Com base no seu mecanismo de ação, pembrolizumab pode causar danos fetais quando administrado a uma mulher grávida. Para mais informações, consulte “Informação de segurança” abaixo.

"O ensaio KEYNOTE-042 demonstrou um benefício de sobrevivência com pembrolizumab em monoterapia nas diversas histologias, em doentes com CPCNP estadio III ou metastático cujos tumores expressassem PD-L1 em pelo menos 1% das células tumorais", disse o Dr. Gilberto Lopes, diretor associado de oncologia global no Sylvester Comprehensive Cancer Center da Universidade de Miami. "Como oncologista, ter opções adicionais disponíveis para os doentes é importante num cenário de tratamento em rápida evolução como o do cancro de pulmão, que continua a ser a principal causa de morte por cancro nos Estados Unidos."

Pembrolizumab é o primeiro anti-PD-1 aprovado no tratamento em primeira linha de doentes com CPCNP metastático em combinação e monoterapia.

Sobre o KEYNOTE-042

A aprovação teve por base dados do ensaio KEYNOTE-042, um estudo de fase III, aleatorizado, multicêntrico e aberto (ClinicalTrials.gov, NCT02220894) que avalia pembrolizumab em monoterapia em comparação com o tratamento padrão com quimioterapia contendo platina em doentes com CPCNP localmente avançado ou metastático, PD-L1 positivos (TPS≥1%). Doentes com mutações tumorais EGFR ou ALK; doença autoimune com terapêutica sistémica há, pelo menos, 2 anos; imunossuprimidos; ou que receberam mais de 30 Gy de radiação na região torácica nas 26 semanas antes do início do tratamento, eram inelegíveis.

O estudo envolveu 1.274 doentes aleatorizados de 1:1 para receber pembrolizumab em monoterapia, 200 mg a cada três semanas (n=637), ou um dos seguintes esquemas de quimioterapia à escolha do investigador (n=637):

AUC 5 ou 6 mg/ml/min de carboplatina + paclitaxel 200 mg/m2 a cada três semanas (Q3W) durante um máximo de seis ciclos para doentes com CPNPC escamoso; ou

AUC 5 ou 6 mg/ml/min de carboplatina + 500 mg/m2 de pemetrexedo Q3W durante um máximo de seis ciclos, seguido de pemetrexedo opcional de 500 mg/m2 para doentes com CPNPC não-escamoso.

O tratamento com pembrolizumab continuou até progressão da doença, toxicidade inaceitável ou um máximo de 24 meses. O principal endpoint de eficácia foi a OS no subgrupo de doentes com TPS≥50%, no subgrupo de doentes com TPS≥20% e na população total com TPS≥1% CPCNP. Outros endpoints de eficácia adicionais foram a sobrevivência livre de progressão (PFS) e a taxa de resposta global (ORR) no subgrupo de doentes com TPS≥50%, no subgrupo de doentes com TPS≥20% e na população total com TPS≥1%, como avaliado por revisão de radiologistas centrais independentes (BICR) de acordo com RECIST v1.1, modificada para seguir um máximo de 10 lesões alvo e um máximo de cinco lesões alvo por órgão.

Fonte: 
BM
Nota: 
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Foto: 
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