19 de Maio – Dia Mundial da Doença Inflamatória do Intestino

“Existem tratamentos que permitem aos doentes fazer uma vida normal”

A Doença Inflamatória do Intestino é uma patologia crónica grave que afecta mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal estima-se que afecte cerca de 20 mil portugueses sendo que a sua incidência está a aumentar entre os jovens.

Assinala-se anualmente a 19 de Maio o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (DII), uma perturbação crónica que engloba duas patologias. “A Doença de Crohn, que se caracteriza por uma inflamação crónica que pode afectar qualquer segmento do tubo digestivo, comprometendo, mais frequentemente, o intestino delgado no seu segmento terminal (íleo), e a Colite Ulcerosa, doença crónica que afecta a camada interna (mucosa) que reveste o intestino grosso ou cólon, deixando-a inflamada e com pequenas feridas na superfície (úlceras) que podem sangrar”, explica João Machado, presidente da Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino (APDII).

A doença evolui, caracteristicamente, por períodos de agravamento e remissão, sendo que a diarreia, a dor abdominal, a fadiga, a febre, o emagrecimento, e sangue nas fezes são os sinais e sintomas mais frequentes destas patologias.

Dia Mundial

A existência de um dia dedicado à DII permite, segundo João Machado, “divulgar a doença e os seus sintomas, sensibilizando as pessoas para a necessidade de quando em presença destes sintomas, recorrerem a um Gastroenterologista visando a obtenção de um diagnóstico e caso se confirme, efectuarem assim que possível medicação adequada”. Para além disso, acrescenta o responsável, “permite sensibilizar os órgãos do poder, que a doença existe, que afecta cerca de 20 mil portugueses e que se não forem devidamente tratados, terão seguramente custos mais elevados para o Estado, com internamentos e cirurgias e com o aumento do absentismo laboral”. Por outro lado, ajuda a desmistificar alguns dos mitos existentes sobre estas patologias.

Para assinalar a efeméride estão programadas duas acções que decorrem em simultâneo em Lisboa (Praça Luís de Camões) e no Porto (Praça D. João I) e pretendem sensibilizar a população para o desconforto social sentido muitas vezes pelos doentes. “Nas praças referidas, haverá uma pirâmide de papel higiénico que representa os metros de papel que um doente gasta por ano - composta ainda por mensagens-chave como a comparação deste gasto anual com o total de quilómetros de uma meia maratona ou mesmo de uma maratona -; de um actor sentado numa sanita, ao lado desta pirâmide, de forma a representar o conceito do número de horas que uma pessoa com esta doença passa numa casa de banho, o que acaba por ser uma limitação ao nível social e profissional; de vários promotores (entre 5 e 10) que andarão pelo local com uma sanita às costas - o que representa o peso que a doença tem na vida das pessoas -, sensibilizando a população para as doenças inflamatórias do intestino”, explica João Machado.

Neste dia, a principal mensagem que o presidente gostava de ver difundida é a necessidade de estar atento a alguns sinais, tais como: enfartamentos frequentes, vómitos, dores abdominais fortes e diarreias frequentes. “Nestes casos deve consultar o seu gastroenterologista de forma a despistar se não poderá estar na presença de uma DII. Quanto mais cedo for efectuado o diagnóstico, mais fácil será controlar a evolução da doença. Existem tratamentos e medicamentos que permitem que os doentes possam fazer uma vida normal”, sublinha João Machado.

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Célia Figueiredo
Nota: 
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