Jovens

Escola de Enfermagem participa em projeto de empoderamento de famílias para a prevenção do álcool e das drogas

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) e o IREFREA Portugal - Instituto Europeu de Investigação de Fatores de Risco de Crianças e Adolescentes estão a desenvolver um projeto que visa capacitar organizações de pais e famílias para a prevenção do risco de dependências entre os jovens.

Empowering parents organizations to prevent substance use (EPOPS), assim se designa este projeto, em curso até final de 2019 e que persegue o objetivo de acautelar um perigo que afeta adolescentes e jovens, impedindo ou atrasando a idade de início do consumo de substâncias nocivas, como o álcool, bem como os comportamentos de risco associados.

Através do EPOPS, ESEnfC e IREFREA Portugal vão apoiar os pais no desenvolvimento de um conjunto de habilidades que lhes permitam, por exemplo, estabelecer algum tipo de controlo do comportamento do adolescente, fixar normas e limites, ou aplicar disciplina através da negociação.

É que «tem sido demonstrado que a ignorância sobre as atividades dos filhos, falta de supervisão, dificuldade para estabelecer normas de comportamento, ausência de regras claras sobre o funcionamento familiar, inabilidade de recompensar ou castigar adequadamente, ausência ou imposição extrema ou irracional da disciplina, envolvem risco aumentado de comportamento desviante», afirmam as professoras Ana Perdigão e Irma Brito (ESEnfC) e o psicólogo Fernando Mendes (IREFREA Portugal), responsáveis pela implementação do projeto no espaço nacional.

Prevê-se a formação de cerca de 60 pais – com o envolvimento de 30 associações de pais e famílias, pais e mães de filhos menores e outros educadores – e de uma dezena de agentes-chave (profissionais ligados à prevenção de comportamentos de risco).

O projeto, cofinanciado por fundos europeus, consiste na adaptação e avaliação-piloto do programa espanhol Ferya (Familias en red y activas) em dois países europeus: Portugal e Alemanha. Além da ESEnfC e do IREFREA Portugal, colaboram no projeto o Instituto Europeo de Estudios en Prevención (Espanha) – entidade coordenadora – a Federació d'Associacions de Pares i Mares d'Alumnes de Mallorca (Espanha) e o Leibniz-Insitut für Präventionsforschung und Epidemiologie (Alemanha).

Os pais, capacitados como agentes proativos, atuarão, depois, como disseminadores que ampliarão a prevenção a três níveis: familiar, comunitário (envolvendo outros pais, promovendo programas baseados em evidências na escola para estudantes e famílias) e sociopolítico (introduzindo mudanças ambientais voltadas para a prevenção do álcool e drogas.)

De acordo com o relatório European School Survey Project on Alcohol and Other Drugs, do European Monitoring Centre on Drugs and Drug Addiction (2016), de um conjunto de 3456 jovens portugueses inquiridos (com uma média de idades de 15,9 anos), 71% da amostra já tinha consumido álcool, 42% referia ter consumido nos últimos 30 dias e 9% referiu embriaguez nesse período. O mesmo estudo aponta, ainda, que 9% destes jovens consumiu cannabis nos últimos 30 dias, 74% usa as redes sociais diariamente e 18% dos rapazes jogou a dinheiro nos últimos 12 meses.

Já um estudo do SICAD - Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, sobre “Situação do país em matéria de álcool 2016”, revela um aumento do binge drinking (5 ou mais bebidas na última saída) no grupo 15-34 anos, em especial nas mulheres, e o agravamento dos consumos de risco e dependência (comparando com dados de 2012).

 

Fonte: 
ESEnfC
Nota: 
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